O Palácio do Planalto anunciou nesta terça-feira (9) a nomeação de Guilherme Campos Júnior como novo Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária. A posição estava vaga após a demissão de Neri Geller, exonerado devido a suspeitas de fraude no leilão de compra de arroz importado.
Além de Geller, o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Thiago José dos Santos, também foi exonerado a pedido do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. As medidas aconteceram em meio a investigações que apontam para fraudes durante o processo de licitação e má gestão nos processos de aquisição do cereal.
Guilherme Campos Júnior surge nesse contexto como uma tentativa do governo de trazer uma figura com histórico de gestão para restabelecer a confiança no Ministério de Agricultura. Ele exerceu dois mandatos como deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD) e liderou a bancada do partido na Câmara dos Deputados.
Além disso, Campos Júnior atuou como Vice-Prefeito de Campinas (SP) e Secretário Municipal de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo. Entre 2016 e 2018, presidiu os Correios e também exerceu a função de diretor administrativo e financeiro do Sebrae São Paulo.
O fim do leilão do arroz
O leilão de arroz importado, objeto de crítica desde o anúncio, foi parte de uma estratégia do governo para estabilizar o mercado interno de alimentos. A medida visava conter a alta dos preços do arroz após as enchentes no Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional.
No entanto, agricultores gaúchos afirmaram terem conseguido colher 80% da safra. Assim, muitos consideraram a decisão desnecessária e prejudicial ao mercado interno dos produtores do estado.
Na última quinta-feira (3), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que não vê necessidade mais do governo realizar um novo leilão. Segundo ele, os preços do produto já voltaram a cair.
“O fato real é que o arroz já deu grandes demonstrações de queda de preço, tem arroz até abaixo de R$ 20, o arroz agulhinha de cinco quilos em algumas praças. E isso atende à necessidade de controle inflacionário. Então, eu vejo que, neste momento, não se faz necessário outro leilão de arroz, e sim o estímulo a produzir mais”, disse.