Na última semana, uma carta assinada por mais de 30 instituições financeiras internacionais foi publicada no jornal britânico Financial Times e encaminhada a seis embaixadas do Brasil na Europa.
O conteúdo da carta fez duras críticas às recentes declarações do ministro do Meio Ambiente brasileiro, Ricardo Sales, em reunião ministerial. A carta também se posiciona contrária ao projeto de lei de regularização fundiária e à proteção de povos indígenas durante a pandemia.
Em um dos pontos, os investidores dizem que o Brasil precisa mostrar que o desenvolvimento econômico e a proteção do meio ambiente não precisam ser excludentes. É pedido ainda um posicionamento mais claro contra o desmatamento.
As instituições financeiras que assinam a carta são responsáveis por gerir US$ 3,75 trilhões em títulos de dívida pública brasileira e alertam que esses títulos podem ser carimbados como de risco elevado, gerando impacto para o Tesouro Nacional.
A crítica das instituições financeiras não é a primeira reação de players internacionais às situações ambientais existentes no Brasil. Recentemente, deputados do parlamento holandês iniciaram um movimento para barrar o acordo Mercosul-União Europeia, motivados, também, pelas declarações de Ricardo Sales e pelo crescimento do desmatamento na Amazônia.
Entre janeiro e maio deste ano, o desmatamento acumulado da Amazônia Legal superou todos os índices registrados desde 2015, que foi o início da série histórica. Nesses mesmos meses, os alertas de desmatamento superaram em 34% o mesmo período de 2019; e em 49%, a média dos quatro anos anteriores.