Os servidores ambientais (Ibama, ICMBio e Serviço Florestal) estão convocando assembleias estaduais até sexta-feira (16), com uma nova reunião marcada para 24 de junho, onde decidirão sobre uma possível greve geral. Essa ação segue após uma rodada de negociações frustradas com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI). Desde janeiro, a greve do Ibama, em conjunto com toda a categoria, tem se mobilizado em busca de valorização das carreiras ambientais.
Os servidores chegaram a reduzir suas demandas iniciais, entretanto a proposta de reajuste oferecida pelo governo, considerada insuficiente. Portanto, foi rejeitada. Os servidores visavam à equiparação com a Agência Nacional de Águas (ANA). A possibilidade de paralisação ameaça diretamente o licenciamento ambiental de grandes projetos no setor energético. Nesse sentido, essa ação pode impactar o cronograma dos mega leilões de transmissão realizados desde 2023, abrangendo mais de 17 mil km de novas linhas.
Impacto da greve do Ibama no licenciamento ambiental
De acordo com a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), cerca de 3.500 processos ativos já estão sendo afetados, mesmo sem a greve ter sido deflagrada. Entre eles estão: parques eólicos, termelétricas e projetos de produção de óleo e gás. A situação é crítica e pode se agravar com a paralisação, destacando a importância dos servidores para o andamento de projetos essenciais.
Foz do Amazonas
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, defendeu que a decisão do órgão sobre a exploração na Bacia da Foz do Amazonas não compromete o abastecimento nacional de combustíveis. A fala ocorreu em entrevista ao jornal O Globo.
O brasileiro não vai ficar sem gasolina por causa disso, afirmou Agostinho.
Ele ressaltou que todas as licenças seguem critérios técnicos rigorosos. Além disso, que a Foz do Amazonas, apesar de prioritária, não é a única área em consideração. A Petrobras e alguns setores do governo federal pressionam pela reavaliação da licença do bloco FZA-M-59. O indeferimento completou um ano em maio, argumentando que novas reservas são essenciais para manter a autossuficiência na produção de petróleo do Brasil.