Funai quer aprovar projeto de porte de arma para seus servidores. Entenda

A morte do indigenista Bruno Pereira, no Vale do Javari, no Amazonas, levantou uma atitude um tanto polemica por parte da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai): dar porte de arma aos seus servidores. Ao OBrasilianista, a autarquia informou que apoia o projeto de lei. Na visão da Funai, seus funcionários se encontram em vulnerabilidade em territórios indígenas.

Povos indígenas – Foto: Mário Vilela/Funai

Além disso, a autarquia quer estender o benefício aos servidores que realizam o trabalho de fiscalização, monitoramento, demarcação e proteção territorial. A justificativa é que, muitas vezes, essas ações ocorrem em locais remotos. Portanto, de difícil acesso e “com sistema de comunicação precário ou inexistente”.

Nessa quarta-feira (8), a Comissão de Meio Ambiente (CMA), do Senado Federal, aprovou o Projeto de Lei n° 2326/2022. Ainda o texto isenta as taxas de registro e de manutenção de armas de fogo para agentes ambientais. Contudo, estende o induto aos fiscais ambientais, além da Funai, possam ter o porte de arma de fogo mesmo fora do serviço. Agora, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) analisará a matéria.

Para a presidenta da Funai, Joenia Wapichana, os servidores são constantemente intimidados pela ação de criminosos que invadem os territórios indígenas para explorar, ilegalmente, os biomas do Brasil.

-Além de ameaças, muitos já foram recebidos a tiros para fazer o seu trabalho – argumentou Wapichana.

Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

Contudo, ela ressaltou que para os ambientalistas se tornarem aptos a utilizarem a arma de fogo, eles precisarão ser capacitados por meio de cursos de tiro.

Porte de arma pode proteger ambientalistas

A Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial (CGMT), da Funai, elencou algumas situações que colocam em risco a integridade física dos servidores. Confira!

  • Incursões em áreas de intenso conflito entre indígenas, garimpeiros, latifundiários, bem como demais invasores;
  • Deslocamentos prolongados por via fluvial ou rodoviária em áreas de alto risco e de influência do narcotráfico, garimpagem ilegal. Além disso, assaltos a embarcações e demais situações de perigo;
  • Contato direto com caçadores, pescadores, madeireiros e garimpeiros; e
  • Atuação na linha de frente dos comboios em terras indígenas. Portanto, quando há deslocamento de integrantes de forças policiais, bem como de outros órgãos federais.

Postagens relacionadas

Mercado financeiro eleva projeção de inflação e ajusta PIB para 2024

Comércio varejista registra queda de 1% em junho

Nesta semana, STF deve julgar regras sobre investigação de acidentes aéreos

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais