Frente de esquerda ganha forma

Isabella Macedo / Congresso em Foco

Diante dos sinais emitidos pelo PT de que irá abrir mão da cabeça-de-chapa na disputa pelas prefeituras de Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Recife (PE) e Florianópolis (SC), começa a ganhar forma a chamada “frente de esquerda”, unindo os petistas, o PCdoB e o PSOL.

Em Salvador, apesar do desejo de alguns setores do PT de ter candidato próprio, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), trabalha para convencer a legenda a apoiar a candidatura do presidente do Bahia Esporte Clube, Guilherme Bellintani, ainda sem partido.

Cogita-se que Bellintani poderá se filiar ao PSB ou a uma sigla de centro para disputar a sucessão do prefeito ACM Neto (DEM). Caso Bellintani não saia candidato, o PT poderá apoiar a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), apesar das pressões que algumas alas do partido continuam fazendo em favor de um petista na cabeça-de-chapa.

No Rio de Janeiro, embora o PSB tenha o deputado federal Alessandro Molon como pré-candidato a prefeito, e o PDT disponha do nome da deputada estadual Martha Rocha, a tendência é que PT e PCdoB fechem uma coligação em torno do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) já no primeiro turno.

Cenário similar deve se reproduzir em Porto Alegre. As negociações entre PT, PCdoB e PSOL estão bastante adiantadas. Assim, o mais provável é que PT e PSOL abram mão de candidatura própria em nome de uma aliança com a ex-deputada federal e estadual Manuela D’Ávila (PCdoB).

Em Belo Horizonte, a construção da frente de esquerda deve seguir a composição do Rio de Janeiro. Na capital mineira, a tendência é que PT e PCdoB não lancem candidatura própria para apoiar a campanha da deputada federal Áurea Carolina (PSOL).

A articulação no campo da esquerda tendo o PSOL como cabeça-de-chapa também deve ocorrer em Florianópolis. PT e PCdoB tendem a apoiar a candidatura de Elson Pereira (PSOL).

E em Recife, apesar de o nome da deputada federal Marília Arraes (PT) ser competitivo, há setores petistas trabalhando em favor de uma coligação com o PSB, que ainda não definiu seu candidato. Os deputados federais João Campos, filho do falecido ex-governador Eduardo Campos, e Felipe Carreiras despontam como pré-candidatos socialistas.

Mesmo que PSB e PDT estejam distantes do debate da frente de esquerda, as negociações em curso em capitais estratégicas apontam que PT, PCdoB e PSOL caminham para uma coligação já no primeiro turno em algumas cidades. Trata-se de um avanço sob o ponto de vista do pragmatismo eleitoral.

Ao mesmo tempo, porém, PT, PCdoB e PSOL permanecem isolados tanto em relação a siglas de centro-esquerda, como PSB e PDT, quanto em relação a partidos mais ao centro.

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