O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi um dos alvos da Operação “Tempus Veritatis” (Tempo da Verdade), deflagrada pela Polícia Federal (PF) no dia 8 de fevereiro último. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a operação a partir da delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. De acordo com a PF, há indícios de que Bolsonaro e aliados participaram da tentativa de golpe de Estado, ocorrida um mês antes.
A partir de 33 mandados de busca e apreensão, a PF encontrou um documento com a minuta do golpe na sede do Partido de Bolsonaro, o PL. No documento consta que ele implementaria Estado de Sítio no País, bem como haveria imposição da garantia da lei e da ordem (GLO). Além disso, houve a apreensão do passaporte de Bolsonaro, e foram emitidos 4 mandados de prisão.
Linha do tempo da operação
- Em 16 de julho de 2021, foi iniciado um inquérito para investigar atividades de milícias digitais, que visavam ameaçar a democracia e o Estado de Direito.
- Um ano depois, em 5 de julho de 2022, durante uma reunião convocada por Bolsonaro, foram discutidas alegações sobre uma tentativa de golpe de Estado.
- A Polícia Federal descobriu o conteúdo dessa reunião no notebook de Mauro Cid.
- Durante essa reunião, Bolsonaro expressou preocupações sobre possíveis caos após as eleições. Enquanto general Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), mencionou a possibilidade de ações antes do pleito.
- Em 18 de julho de 2022, Bolsonaro realizou uma apresentação no Palácio da Alvorada para embaixadores estrangeiros.
- Na ocasião, questionou o sistema eleitoral brasileiro, sem apresentar provas concretas. Portanto, gerando controvérsias.
Aliados de Bolsonaro
- Em 30 de outubro de 2022, Lula venceu o segundo turno das eleições presidenciais. Enquanto episódios subsequentes revelaram conversas e planos entre militares e aliados de Bolsonaro.
- O objetivo seria desestabilizar a rotina das instituições públicas. Nesse sentido, inviabilizando a gestão do país.
- Isso culminou em ataques às instituições democráticas em 8 de janeiro de 2023, quando vândalos invadiram e danificaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Em setembro de 2023, Mauro Cid fechou um acordo de delação premiada. Além disso, pediu o indiciamento do ex-presidente e de outros pelo CPI dos Atos Golpistas em outubro de 2023.