Presidente do STF diz que atos terroristas intensificaram convívio entre os Três Poderes

Palácio do Supremo Tribunal Federal destruído, após distúrbios antidemocráticos no ultimo domingo

A presidente do STF, Rosa Weber, afirmou ontem, em discurso na sessão do plenário da Corte que a democracia não foi enfraquecida com os atos terroristas praticados no dia 8 de janeiro. Esses atos, segundo a ministra, contribuíram para que o convívio harmonioso entre os Poderes foi intensificado.

Segundo a ministra, a data da “criminosa invasão” da sede do Supremo “será sempre lembrada para que nunca mais se repita”. A continuidade dos trabalhos institucionais do tribunal, no mesmo plenário que foi destruído, “é a resposta fundamental que se impunha sem qualquer hesitação aos atos de violência contra as instituições democráticas”, afirmou.

A data dos ataques terroristas foi lembrada pelos dirigentes do Três Poderes. Para o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) a reunião de forças entre os chefes dos Poderes após os ataques demonstrou a resiliência da democracia. O senador afirmou que, apesar de causarem estarrecimento no Brasil e no mundo, os atos geraram uma resposta “célere e firme” das instituições e que os responsáveis pelos atos terão “severas punições”.

O governo Lula teve que ser ágil a adotar medidas firmes na primeira semana de governo. Afastou o governador do distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decretou intervenção na segurança local, e o Ministério da Justiça deu início ao processo de punição aos responsáveis pelos atentados, com a prisão de manifestantes.

Lula também trocou o comandante do Exército, após avaliação do governo de que havia infiltração bolsonarista nas Forças Armadas e em outros órgãos do aparato de segurança nacional. Lula subiu o tom contra a politização das Forças e disse que carreiras de Estado não podem se transformar em “partido político”.

Os ataques do dia 8 de janeiro expuseram problemas que o governo de Lula já calculava antes da posse. E agravaram a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cercado de suspeitas de envolvimento com os atos terroristas contra a sede dos Poderes, em Brasília.

 

Viagem a Washington

Lula embarca hoje, quinta-feira, para os Estados Unidos, para encontro com o presidente norte-americano, Joe Biden. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, está marcada para amanhã, sexta na Casa Branca, em Washington, na parte da tarde.

“Bom dia. Hoje embarco aos EUA, onde me reunirei com o presidente Joe Biden na Casa Branca. Queremos construir relações de parceria e crescimento entre nossos países, pelo desenvolvimento da nossa região, debater ações pela paz no mundo e contra as fakes news”, escreveu Lula em uma rede social.

Lula e Biden derrotaram nas urnas adversários que acenavam com a extrema-direita, Jair Bolsonaro e Donald Trump. Ambos assumiram os cargos em um cenário de denúncias infundadas de fraude eleitoral que levaram a ataques contra sedes dos três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro, e contra o Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

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