Quando Baleia Rossi (MDB-SP) iniciou a campanha para a presidência da Câmara dos Deputados, quase um mês após Arthur Lira (PP-AL), o emedebista dizia em entrevistas que estava convicto que o atraso não teria grande impacto no resultado. O suporte de Rodrigo Maia (DEM-RJ) garantiria o apoio do DEM e do PSDB. Paralelamente, o presidente da Câmara negociava o apoio da esquerda. Contudo, na reta final da campanha, Maia acabou isolado.
O grupo dissidente do DEM, que vinha tímido no início da corrida, agora conseguiu reunir maioria para retirar o partido do bloco de Baleia. Pressionado, o presidente do partido, ACM Neto, decidiu liberar a bancada para votar em quem entender.
Coisa semelhante ocorreu com o Solidariedade. De acordo com o líder do partido na Câmara, deputado Zé Silva, o partido não deve fazer parte nem do bloco de Arthur Lira (PP-AL) nem de Baleia Rossi (MDB-SP). A direção nacional da sigla queria aderir ao emedebista, mas a maioria da bancada preferia Lira. Segundo o líder, pelo menos 11 deputados devem votar no candidato apoiado pelo Palácio do Planalto.
Agora, uma ala do PSDB tenta repetir o movimento. Caso isso se confirme, Baleia deve ficar sem força até para eleger outros nomes para a Mesa Diretora.
A eventual neutralidade do PSDB representa ainda uma derrota do governador João Dória, que não terá conseguido arregimentar seu próprio partido contra a candidatura apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Até o momento, há certa indefinição sobre a formação do bloco de Baleia Rossi, já que o sistema eletrônico da Casa apresentou problemas antes do registro oficial.
O grupo do candidato Arthur Lira (PP-AL) teme que o bloco adversário receba inclusões de novos partidos após o prazo e pressionam a Secretaria-Geral da Mesa para que declare encerrado os registros. O suspense permanecerá enquanto a Secretaria da Mesa não emitir uma posição definitiva sobre a questão.