O julgamento que analisa a possível cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR) foi adiado, após pedido de vista do advogado do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) José Rodrigo Sade. A sessão será retomada nesta quarta-feira (3).
Após decisão do TRE-PR, o processo deve ser levado para julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mediante a apresentação de recurso. Entretanto, se o mandato de Moro for cassado pela Corte, uma nova eleição será convocada no Paraná para ocupar a cadeira do ex-juiz no Senado.
O vice-presidente da Arko Advice, Cristiano Noronha, avalia que a possível cassação do senador levará a uma reorganização das forças governistas e da oposição no Paraná. Entre os nomes petistas para uma eventual corrida, estão a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o deputado federal Zeca Dirceu (PT). Já na ala bolsonarista, há a possibilidade de candidatura da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL). Além disso, do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), que foi líder do Governo na Câmara durante o governo Bolsonaro. A tendência, de acordo com Noronha, é de uma disputa polarizada no estado.
Entenda o caso de Sergio Moro
Sergio Moro é acusado de abuso de poder econômico no período pré-eleitoral de 2022. O PL e o PT moveram duas ações que tramitam em conjunto. O relator, o desembargador Luciano Falavinha, votou contrário à cassação do senador do Paraná.
A cassação de Moro também simbolizaria mais um revés à Lava Jato, que já sofreu desgastes com a cassação do mandato do ex-deputado federal Deltan Dallagnol. Ele ganhou no TRE-PR, mas foi cassado após o julgamento ir ao TSE.