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Eduardo Leite x Paulo Pimenta: Disputa pode gerar ‘politização’ das chuvas no RS

Políticos divergem sobre estratégias de reconstrução do estado após tragédia gerada pelas chuvas no RS

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As chuvas no RS continuam gerando grande comoção e as autoridades estão trabalhando na reconstrução do estado. No campo político, porém, existe uma grande preocupação na forma como o processo será conduzido. Há um medo da politização de algumas medidas e  dúvidas sobre o impacto que elas possam gerar.  Um dos principais capítulos desta etapa é a indicação por parte do Governo Lula de Paulo Pimenta para liderar o Ministério Extraordinário da Reconstrução do RS. O nome não teria sido bem recebido por Eduardo Leite, governador do estado.

Ministros Waldez Góes e Paulo Pimenta e governador Eduardo Leite sobrevoaram cidades afetadas por ciclone

Chuvas no RS escancaram divergências políticas no estado – Foto: Divulgação/Governo RS

Mesmo com membros da base petista assegurando, inclusive, que estarão vigilantes em relação às ações do chefe da pasta, existe uma preocupação por parte de Eduardo Leite. Pimenta é um dos nomes cotados para concorrer ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul nas eleições de 2026.

A percepção entre os aliados de Leite é de que o ministro deve apenas atuar como um suporte, auxiliando na estruturação e execução dos trabalhos. Porém, a escolha de Pimenta gerou divergências até dentro do próprio PT.

Algumas alas do partido acreditam que mesmo com um possível êxito do político na função, o ato possui uma simbologia eleitoreira, visando prepará-lo para disputar do Palácio Piratini em 2026. Além disso, eles também preveem que o perfil passional de Pimenta causará conflitos com Leite.

Chuvas no RS ainda geram divergências políticas

Governador Eduardo Leite (à esq.) ao lado de Paulo Pimenta (à dir.) – Foto: Reprodução

Nesse sentido, os dois políticos tem divergido sobre as alternativas de respostas a crise climática do estado. Nos últimos dias, o Governo Federal anunciou a ideia de construir um canal da Lagoa dos Patos.

O objetivo é aumentar a velocidade de escoamento da água da lagoa para o mar. Porém, em entrevista para o jornal O GLOBO, Leite afirmou que estudos indicam ser uma obra de “muito difícil execução”, além da interferência que poderia ocorrer na lagoa.

— Não basta pensar na água da lagoa escoando para o mar. O mar também interfere na lagoa. Se tiver água salgada acessando água doce, vai ter riscos aos ecossistemas e até a captação da água para consumo humano — disse o governador.

Já Pimenta, nesse último domingo (4), declarou discordar do projeto de cidades transitórias, idealizada por Leite, a fim de receber os desabrigados nas enchentes. Segundo o novo ministro, o RS tem cerca de 80 mil pessoas em abrigos e a cúpula federal tem “outra ideia sobre isso”.

— Surgiu agora o debate das tais cidades transitórias. A ideia seria quatro grandes cidades transitórias, com possibilidade de cada uma delas ter até 7,5 mil pessoas, isso é maior do que a grande maioria das grandes cidades do Brasil. Seriam onde a transição ocorreria. Temos outra concepção sobre isso, outra ideia sobre isso — disse Pimenta ao Canal do Barão no Youtube.

Pimenta quer agilidade

Por fim, Pimenta disse que o próximo grande desafio é a agilidade para fazer a transição entre os abrigos e as novas moradias.

— Esse é o grande debate, como o poder público oferece dignidade e condição para que as pessoas façam uma transição adequada até chegar o momento de elas voltarem a ter uma casa. E aí tem visões diferentes, concepções distintas, que vão aflorar de forma muito intensa a partir dos próximos dias.

O certo é que Pimenta mal começou no cargo e já está em rota de colisão com Eduardo Leite. Que o povo gaúcho, que sofreu tanto com os últimos acontecimentos, seja poupado da politização da tragédia.

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