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Disputa marca recriação de ministérios

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Embora o desmembramento do atual Ministério do Desenvolvimento Regional nas pastas de Integração Nacional e de Cidades represente um gesto positivo do governo em relação aos parlamentares, ainda há importantes questões para o Palácio do Planalto administrar na articulação política.

Inicialmente, a recriação dessas duas pastas, que nos últimos governos foram controladas pelo centrão, animou parte do Congresso. A partir de então, nomes como o do ex-deputado federal Alexandre Baldy (PP-GO) e o do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) começaram a ser especulados como ministeriáveis.

As reações, porém, não tardaram. Embora seja ligado ao centrão, Baldy é um nome vinculado ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Já Bezerra Coelho não gerou unidade na bancada do MDB do Senado.

A disputa no centrão e nos demais partidos tende a se intensificar, pois, ao contrário do esperado, haverá apenas uma pasta para disputar (Cidades). Isso porque, na última quinta-feira (9), o porta-voz da Presidência da República, general Octávio Rêgo Barros, anunciou que Gustavo Canuto, hoje ministro do Desenvolvimento Regional, ficará com Integração Nacional.

Com a manutenção de Canuto no ministério, por indicação do presidente Jair Bolsonaro, o espaço disponível a deputados e senadores no novo arranjo ministerial tende a ser inferior ao desejado por eles.

Essa resistência do governo a operar no presidencialismo de coalizão, propondo uma forma de se relacionar com o Congresso que restringe o espaço dos parlamentes na Esplanada dos Ministérios, tende a manter na agenda os problemas de articulação política.

Como consequência, além do risco de a MP nº 870 caducar, o que resultaria no retorno da organização ministerial anterior ao governo Bolsonaro, a recriação do Ministério das Cidades e do Ministério da Integração Nacional pode contaminar a votação da Reforma da Previdência devido à disputa que provocará.

Por outro lado, a sinalização de que os parlamentares poderão contar com um espaço no governo um pouco maior que o atual pode contribuir positivamente na votação da reforma.

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