Flávio Dino
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O assassinato de três médicos em um quiosque da praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na quinta-feira (5), aumentou a pressão sobre o governo quanto ao tema da segurança pública. O crime causou forte repercussão, já que entre as vítimas estava Diego Ralf de Souza Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Além de Diego, morreram os médicos Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida. Um quarto médico, Diego, Sonnewend Proença, sobreviveu e foi levado para um hospital.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, classificou o assassinato de “execução”. A hipótese inicial trabalhada pela Polícia Civil do estado é que um dos médicos teria sido confundido com um miliciano. A Delegacia de Homicídios apura, ainda, se os criminosos foram mortos posteriormente por uma facção criminosa.

Em postagem nas redes sociais, Sâmia Bomfim pediu celeridade e seriedade na investigação. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também pediu a apuração dos fatos e procurou Flávio Dino e o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), defendeu apoio federal à investigação.

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Deputada Sâmia Bomfim em plenário – Foto: divulgação/Câmara dos Deputados

O crime ocorrido no Rio soma-se ao aumento da violência na Bahia, que, nas últimas semanas, também tem pressionado o governo federal. Na semana passada, Flávio Dino anunciou a liberação de R$ 134 milhões ao governo baiano para a implementação de ações destinadas à segurança pública. A crise na segurança da Bahia e o assassinato dos médicos no Rio – crime que aumentou a repercussão em Brasília gerando reação de outros Poderes, por haver entre as vítimas o irmão de uma deputada federal – elevaram a pressão por um plano nacional de segurança pública.

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Outra consequência foi o fortalecimento do debate envolvendo a criação do Ministério da Segurança Pública, sobretudo se Flávio Dino for indicado pelo presidente Lula (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF). O aumento da violência, principalmente nas maiores metrópoles do país, também poderá impactar a popularidade de Lula, que, nos últimos levantamentos, registrou uma leve queda

Autor

  • Carlos Eduardo Bellini Borenstein

    Bacharel em Ciência Política (Ulbra-RS), analista político na Arko Advice. Consultor político e de Marketing Eleitoral (ABCOP) com MBA em Marketing Político (Univ. Cândido Mendes). Cursos em "Nova Cartografia do Poder" (PUC-SP), "WhatsApp em Campanhas Eleitorais" (PUC-RJ), e "Mídias Sociais e Gestão de Campanhas Políticas Digitais" (PUC-RJ).