A primeira semana de negociações na 26ª edição da Conferência das Partes (COP26), terminou com avanços do Brasil no seu posicionamento para contribuir com a implementação de uma nova agenda verde mundial. Entre as principais pautas debatidas pela delegação brasileira está o aumento do financiamento dos países desenvolvidos em projetos e ações que fomentem a economia verde em nações emergentes.
Representantes do governo brasileiro participaram de mais de cem reuniões de negociação para debater temas como o mercado internacional de carbono; proteção de biomas e das populações que deles dependem; redução das emissões de metano; fim do uso do carvão e outros combustíveis fósseis.
Entre as iniciativas já apoiadas está o compromisso global para redução de metano e a declaração de florestas e uso da terra, ambos assinados pelo Brasil. Essas propostas já haviam sido assumidas pelo país com a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) de redução de gases de efeito estufa, que incluem redução de metano e desmatamento ilegal.
A regulamentação do artigo 6 do Acordo de Paris, que trata dos instrumentos para a criação de um mercado global de carbono, e que pode gerar 167 bilhões de dólares ao ano em 2030, é uma das principais negociações em curso e deve nortear os próximos dias. O Brasil, alinhado com o G77, tenta incluir uma agenda de adaptação e mecanismos de perdas e danos, com a possível implantação da chamada Rede de Santiago – a terceira meta do Acordo de Paris é tornar os fluxos financeiros consistentes com uma trajetória de desenvolvimento de baixo carbono e resiliente ao clima.
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, realizou encontros com representantes de cerca de 60 países, para impulsionar um consenso multilateral que facilite as negociações na COP26. Durante essas conversas, o Brasil ofereceu acordos de cooperação técnica para políticas, programas e ações em que já obteve bons resultados, como o Programa Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais (Floresta+), o Plano Nacional de Resíduos (Lixão Zero) e o Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC+).