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Brasil é o país com maior dificuldade em identificar “fake news”

Pesquisa da OCDE revela que brasileiros têm dificuldades em distinguir notícias verdadeiras de "fake news", especialmente nas redes sociais

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O brasileiro é o povo com maior dificuldade em identificar notícias falsas, ou “fake news”, e conteúdo enganoso na internet, conforme revelou uma pesquisa realizada pelo instituto Truth Quest e publicada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O estudo, divulgado em junho, posicionou o Brasil em último lugar entre 21 países avaliados.

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Adultos brasileiros tem maior dificuldade em distinguir fake news de notícias verdadeiras, segundo OCDE – Foto: Design by Freepik

O levantamento, compilado pela consultoria Snaq, mostrou que o Brasil está atrás de países como Colômbia, Suíça, França e Estados Unidos na capacidade de adultos distinguirem se uma notícia online é verdadeira ou falsa. No topo do ranking, Finlândia, Reino Unido, Noruega, Irlanda e Luxemburgo demonstraram a maior habilidade de discernir conteúdos enganosos.

A Austrália demonstrou a maior habilidade em identificar conteúdos falsos, com quase 90% de êxito nos questionários. Globalmente, a pesquisa da OCDE revelou que 60% das pessoas conseguem distinguir entre informações verdadeiras e falsas, enquanto no Brasil essa média foi de apenas 54%.

Além disso, 71% dos entrevistados em geral identificaram a sátira como a linguagem mais fácil de reconhecer como notícia falsa. No Brasil, no entanto, a dificuldade em identificar a sátira foi maior, com 57%.

Fake News e Rede Sociais

Foto: Design by Freepik

A pesquisa também revelou que as redes sociais são o ambiente onde as pessoas têm mais dificuldade em distinguir o que é falso ou verdadeiro. Assim, na América Latina, mais de 85% dos entrevistados relataram buscar informações frequentemente pelas redes.

Inclusive, aqueles que demonstraram maior confiança nas redes sociais tiveram o pior desempenho na distinção de notícias falas, com a média dos 21 países ficando abaixo de 10%. A Colômbia registrou a maior confiança nas notícias divulgadas nas redes sociais, com mais de 60% dos entrevistados confiando nelas. O Brasil seguiu logo atrás, com uma diferença de apenas três pontos percentuais.

David Nemer, antropólogo da Universidade de Virginia, alerta para a complexidade dos resultados. “O relatório não busca entender o porquê, e para isso não há resposta fácil. Existem correlações e características comuns entre os países com piores desempenhos, como o comportamento de consumo de informação nas redes.”

Por fim, Carlos Barciela, pesquisador de monitoramento e análise de redes sociais, acrescenta que o alto volume de produção de conteúdo, tanto por portais de imprensa, quanto por canais sensacionalistas, agrava a situação. “Esse ambiente contamina tanto que acaba sendo uma forma de censura”, observa.

*Com informações do jornal ICL Notícias

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