Bolsonaro cancela criação do Renda Brasil e pode demitir secretário

O secretário Especial da Fazenda, Waldery Rodrigues Junior, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento, sobre o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO) 2020. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Presidente reagiu a declarações da equipe econômica de que o novo programa seria viabilizado a partir do congelamento de aposentadorias e pensões. Segundo Bolsonaro, autor da sugestão vai receber “cartão vermelho”

O presidente Jair Bolsonaro decidiu barrar a criação do programa Renda Brasil, que substituiria o Bolsa Família. O anúncio foi feito em vídeo publicado nas redes sociais, no qual Bolsonaro reclama de manchetes que dizem que, para criar o novo programa, o governo estudava congelar o reajuste de aposentadorias e pensões. “Até 2022, no meu governo, está proibido falar em Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final”, defende.

A ideia da equipe econômica era congelar os benefícios por dois anos. Com isso, seria aberto um espaço no orçamento que poderia ser redirecionado para a implementação do novo programa.

Há meses a equipe econômica do governo tem “batido cabeça” com Bolsonaro sobre qual seria a fonte de recursos para custear o Renda Brasil. A ideia era que o programa tivesse um valor superior ao Bolsa Família. Em agosto, quando a equipe econômica estudava remanejar verba do abono salarial do PIS/Pasep para o benefício, Bolsonaro veio a público para proibir a movimentação. “Não posso tirar de pobres para dar a paupérrimos”, declarou em evento em Minas Gerais.

Cartão Vermelho

Agora, em vídeo publicado nas redes, Bolsonaro deu a entender que poderia exonerar quem sugeriu o congelamento das aposentadorias, em uma possível referência ao secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, que havia falado à imprensa sobre o assunto.

“Quem porventura vier propor para mim uma medida como essa, eu só posso dar um cartão vermelho para essa pessoa”, disse Bolsonaro, em uma fala que poderia indicar a demissão do secretário. 

Waldery deveria participar de um evento online nesta terça-feira (15) para divulgar resultados econômicos do governo, mas não apareceu. Na coletiva, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, subordinado de Waldery, demonstrou discordância do chefe: “As discussões não podem ser públicas. Você não pode ficar lançando ideias publicamente. Acho que ele [Bolsonaro] deixou isso claro”, declarou.

Resposta de Guedes

Nesta terça-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes participou do Painel Telebrasil 2020. No evento, repercutiu a fala do presidente dizendo que de o “cartão vermelho” do presidente não era para ele. Por outro lado, justificou a fala do subordinado dizendo que o Ministério da Economia realiza simulações de vários cenários para dar suporte ao relator do pacto federativo, Márcio Bittar.

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