O presidente Jair Bolsonaro realizou três mudanças ministeriais nas últimas duas semanas. O Ministério do Desenvolvimento Regional, comandado até então por Gustavo Canuto, ficará a cargo de Rogério Marinho (PSDB). Onyx Lorenzoni (DEM), que estava na chefia da Casa Civil, foi remanejado para a Cidadania. Osmar Terra (MDB), que liderava a pasta, deixou o governo e reassumiu seu mandato de deputado federal. Para o lugar de Onyx na Casa Civil foi designado o general Walter Braga Netto. Com as últimas mudanças na Esplanada, são sete as alterações realizadas por Bolsonaro desde janeiro de 2019, quando assumiu a Presidência da República (ver tabela abaixo). Ou seja, mais de 30% dos ministros já foram alterados. A novidade nas mudanças é o grande espaço dado ao núcleo militar, que agora ocupa todos os cargos com assento no Palácio do Planalto: Secretaria-Geral da Presidência, Secretaria de Governo, Casa Civil e Gabinete de Segurança Institucional. Além deles, tanto Jair Bolsonaro quanto o vice-presidente, Hamilton Mourão, são militares.
Dos 22 ministérios, 15 são ocupados por nomes sem filiação partidária (ver tabela abaixo). Três ministros são filiados ao DEM (Onyx Lorenzoni, Tereza Cristina, e Luiz Henrique Mandetta); dois ao PSL (Marcos Pontes e Marcelo Álvaro Antônio); um ao PSDB (Rogério Marinho); e um ao Novo (Ricardo Salles).
Dos ministros sem filiação partidária, merece destaque o protagonismo dos militares. Dos 15 nomes sem partido, nove são militares (Augusto Heleno, Braga Netto, Luiz Eduardo Ramos, Jorge Oliveira, Marcos Pontes, Bento Albuquerque, Fernando Azevedo, Wagner Rosário e Tarcísio de Freitas). Quem perdeu seu espaço na Esplanada foi o MDB, que, com a saída de Osmar Terra, ficou sem nenhum ministro no governo Bolsonaro. O DEM, por sua vez, preserva seu espaço privilegiado, controlando três pautas relevantes (Agricultura, Saúde e Cidadania). A ala ideológica também perdeu peso com as mudanças ministeriais devido à decisão de Bolsonaro de transferir atribuições da Assessoria Especial, comandada por Filipe Martins, expoente da ala ideológica, para a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), que agora será comandada pelo almirante Flávio Augusto Viana Rocha. Isso significa que, a partir de agora, Filipe Martins, ligado ao ideólogo Olavo de Carvalho, ficará subordinado a um militar. A articulação política, que já vinha sendo tocada pela Secretaria de Governo, ou seja, por um militar, assim continuará. |
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