Como a polarização também influencia as disputas estaduais, principalmente em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde a repercussão da eleição presidencial é mais intensa, o avanço do ex-presidente Lula (PT) também afeta as eleições para governador nesses três estratégicos colégios eleitorais.
Em São Paulo, de acordo com o Datafolha, Fernando Haddad (PT) lidera com 28%. O ex-governador Márcio França (PSB) registra 16%. O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) soma 12%. E o governador Rodrigo Garcia (PSDB) conta com 10% das intenções de voto. Como a expectativa é de que França concorra a senador na chapa de Haddad, o ex-prefeito deve estar no segundo turno. A última vez que o PT disputou um segundo turno no estado foi em 2002, quando José Genoíno (PT) foi derrotado por Geraldo Alckmin, então filiado ao PSDB. O adversário de Haddad no segundo turno deve ser Tarcísio ou Garcia.
Em Minas Gerais, a polarização entre o governador Romeu Zema (Novo) e o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) dificilmente será rompida. Segundo o Datafolha, hoje, Zema aparece com 48% das intenções de voto, contra 21% de Kalil. E o senador Carlos Viana (PL) contabiliza apenas 4%. Ou seja, Zema seria reeleito em primeiro turno se as eleições fossem hoje.
Kalil, que será o candidato de Lula em Minas Gerais, aposta na vinculação com o ex-presidente para reverter o favoritismo de Zema, que, diferentemente do que ocorreu em 2018, ficará neutro na disputa nacional.
No Rio de Janeiro, o cenário também está marcado pela polarização. De acordo com o Datafolha, o governador Cláudio Castro (PL) larga com 23%. Castro está tecnicamente empatado com o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), que soma 22%. O ex-prefeito de Niterói (RJ) Rodrigo Neves (PDT), nome mais forte fora da polarização Castro X Freixo, aparece com 7%.
O avanço de Lula em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro está ajudando seus candidatos nesses estados. Haddad lidera em São Paulo, Kalil poderá crescer em Minas e Freixo divide a liderança no Rio. Bolsonaro, por sua vez, também desponta com palanques fortes. Tarcísio é seu candidato em São Paulo. No Rio, sua aposta é em Castro. Mas o presidente tem um palanque fraco em Minas Gerais, o de Carlos Viana.
Outro aspecto a ser observado é a boa posição de candidatos que evitam se associar a Lula e Bolsonaro, caso de Romeu Zema, em Minas Gerais, e de Rodrigo Garcia, em São Paulo.