O papel que o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, vem desempenhando na condução da aprovação da agenda econômica do governo tem sido importante para manter o otimismo dos agentes econômicos, em especial no mercado financeiro, com a retomada do crescimento.
Ao mesmo tempo, tem gerado preocupação e pelo menos dois questionamentos. O mandato de Maia termina em fevereiro de 2021. O próximo presidente terá esse compromisso com as reformas? Há chances de que Maia tente mais uma vez a reeleição?
Na avaliação de lideranças da Casa, Maia teria condições políticas de aprovar uma emenda que lhe permitiria disputar um novo mandato. Mas seria preciso avaliar a repercussão que isso teria na sociedade.
Abandonar a agenda de reformas para trabalhar com um objetivo pessoal específico poderia fazer com que ele perdesse o capital político construído até aqui, de diálogo e de apoio consistente na Câmara.
Por outro lado, trabalhar pela agenda econômica aumenta seu capital político. O projeto que pode marcar a gestão de Maia como presidente da Casa é a Reforma Tributária. Daí seu empenho em focar a matéria. Em tendo sucesso, isso elevaria seu prestígio e sua reeleição poderia acabar se tornando algo natural.
Ao contrário do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que se articula em favor de uma mudança constitucional específica que lhe permita disputar o comando da Casa em 2021, Maia prefere empenhar-se em outra direção: focar na Tributária e, com isso, criar um ambiente favorável à sua reeleição.
Para que Maia e Alcolumbre possam concorrer a um novo mandato para as presidências da Câmara e do Senado seria necessária a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Hoje não é permitido reeleição dentro da mesma legislatura (2019-2022).