A Controladoria-Geral da União (CGU) iniciou processos administrativos contra três agentes da Polícia Federal que são suspeitos de participarem da “Abin paralela”. Eles estão sob suspeita de terem feito uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Os servidores enfrentam acusações após investigações conduzidas tanto pela CGU quanto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Como resultado, pelo menos dois servidores estão suspensos de suas funções. Porque se ausentaram do serviço por mais de 60 dias, entre 2021 e 2022, enquanto estavam cedidos à Abin.
A decisão da autarquia, divulgada no Diário Oficial recentemente, afeta os servidores Marcelo Araújo Bormevet, Felipe Arlotta Freitas e Eliomar da Silva Pereira. Bormevet, agente da PF desde 2005, está suspenso do departamento conforme determinado pelo ministro Alexandre de Moraes do STF, em uma decisão de janeiro deste ano, relacionada à investigação da “Abin paralela”. Enquanto isso, Freitas, na PF desde 2006, também está suspenso por Moraes devido a seu envolvimento com a polêmica questão.
Eliomar da Silva Pereira, delegado da PF desde 2003, também foi cedido à Abin durante o período entre 2021 e 2022, no mandato de Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL do Rio. Pereira, lotado no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações (Cepesc), também está sob escrutínio em decorrência desses acontecimentos.
De acordo com a CGU, as condutas dos servidores serão minuciosamente analisadas nos Processos Administrativos Disciplinares (PADs), garantindo-lhes o direito à ampla defesa e ao contraditório. O prazo para a conclusão das investigações é de 60 dias, podendo ser prorrogado por igual período, segundo nota divulgada pela autarquia.