Apesar das polêmicas e do cenário econômico ainda adverso, o presidente Jair Bolsonaro preserva uma fatia interessante de respaldo popular após oito meses à frente do Palácio do Planalto.
*Fonte: Poder360 Embora as pesquisas realizadas no período captem um aumento de avaliação negativa, a avaliação positiva de Bolsonaro não baixou dos 29%. Vale registrar que nem episódios como os protestos dos estudantes das universidades federais em favor de mais recursos para a educação pública, ocorridos em maio, ou a aprovação da impopular Reforma da Previdência no início de agosto, ou ainda as polêmicas travadas, também no mês passado, entre o presidente Bolsonaro e o presidente da França, Emmanuel Macron, sobre a Amazônia tiveram força para fazer o chamado bolsonarismo raiz abandonar o apoio ao presidente. Segundo dados levantados pela última pesquisa Datafolha, hoje a base social que apoia o presidente em qualquer circunstância é de 12% do eleitorado. Esse segmento é composto majoritariamente por homens, de cor branca, com renda mensal acima de três salários mínimos, evangélicos e habitantes dos grandes centros urbanos. Esse perfil do eleitorado bolsonarista raiz explica por que constantemente o presidente prioriza a “guerra cultural” contra a esquerda, apostando numa comunicação diária com sua base social. A aposta na polarização permanente, além de garantir a mobilização de sua base, reduz, ao menos neste momento, o espaço ao centro. Não por acaso Bolsonaro tem procurado polemizar com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), visto como um adversário político do presidente. Através de frases como “Doria é ejaculação precoce e está morto para 2022”, o Bolsonaro busca neutralizar o governador, além de outras possíveis opções do chamado centro-liberal. Antes de Doria, o apresentador da TV Globo Luciano Huck, outro nome com potencial para 2022, também foi criticado por Bolsonaro. Tal estratégia, embora funcione no curto prazo, depende cada vez mais da recuperação da economia para se sustentar. Como Bolsonaro tem, cada vez mais, se afastado do centro, a conjuntura econômica (em especial, pautas como emprego, inflação e salário) passará a ser decisiva para o humor da opinião pública em relação ao governo. Em que pese a força da onda conservadora, não apenas no Brasil mas também no mundo, os governos que não conseguirem resolver o cenário da estagnação econômica acabarão se inviabilizando. |
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