O ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime afirmou há pouco na CPMI do 8 de Janeiro que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) avisou “claramente” que havia ameaças de invasão e depredação das sedes dos três Poderes às 10h da manhã do dia 8 de janeiro. Ele disse que não entendia por que nenhuma providência foi tomada.
O alerta da Abin foi dado em um grupo de Whatsapp para diversos órgãos da área de inteligência, mas seu departamento não estava nesse grupo. Ele disse que não sabe se a informação chegou ao secretário interino de Segurança Pública do DF, que passou o dia traquilizando o governador, afirmando que a manifestação era pacífica e estava tudo sob controle.
Naime disse que estava em férias e que foi convocado para trabalhar por volta das 16h e chegou à Esplanada dos Ministérios por volta das 17h30.
“Houve a quebra da barreira na alça leste, mas nós nos reorganizamos com a Polícia Militar e fizemos a nova barreira na altura da Avenida das Bandeiras, de onde os manifestantes não passaram, em nenhum momento, durante os sete dias que eles permaneceram na Esplanada”, relatou o militar.
Em resposta à senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que questionou sobre se o DOP teve acesso aos relatórios de inteligência da Secretaria de Segurança do DF que previam manifestações, Naime explicou que, por uma questão de hierarquia, nem todas as informações são repassadas ao DOP.
“Esses relatórios são passados aos órgãos que têm necessidade de conhecer, então não significa necessariamente que todo relatório seja passado ao comandante-geral do DOP”, disse, ao negar ter tido acesso prévio a essas informações.
Naime, que foi convocado para prestar depoimento na condição de testemunha, apresentou um atestado médico para justificar sua ausência na sessão marcada para esta tarde, no entanto o militar mudou de ideia e decidiu comparecer à reunião.
Essa decisão ocorreu depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar que Naime prestasse depoimento, em resposta a pedido da defesa do depoente, que alegava problemas psicológicos do militar.
Em resposta à senadora Eliziane Gama, que questionou sobre a justificativa dessa mudança, Naime disse que compareceu “espontaneamente, mesmo não estando na melhor performance emocional que poderia estar”.
Naime está preso desde fevereiro e é investigado no STF no inquérito sobre possível omissão de agentes de segurança pública diante dos atentados de 8 de janeiro.
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Fonte: https://www.camara.leg.br/noticias/975209-ex-chefe-da-pm-df-diz-que-abin-avisou-das-invasoes-as-10h-do-dia-8-de-janeiro-assista/