“Seria sábio os candidatos darem apoio à reforma da previdência neste ano, pois ela será inevitável em 2019“, escreveu a economista Zeina Latif no Estadão desta quinta, 7. “É melhor disputar a reeleição em um País crescendo a 3,5%, 4%, do que em um País que cresce a 1%, depois de uma recessão profunda“, afirmou o também economista Paulo Tafner em entrevista ao mesmo Estadão.
Latif se referia aos presidenciáveis. Tafner, aos parlamentares federais.
Ambos propugnam o mesmo raciocínio, estribado em dois prognósticos. (1) A reforma terá que vir mais cedo ou mais tarde. Agora, a conta é mais amena. (2) Aprovada, provocará otimismo empresarial. E, com ele, o investimento do setor privado, quem tem dinheiro para desembolsar.
Na segunda, 4, o Blog da Política Brasileira publicou diagnóstico semelhante. “Um presidenciável que adota esta postura [contrária à reforma da previdência] está jogando no seu próprio colo a bomba-relógio que vai estourar as contas públicas”.
Velhos de pijama
Aprovar a reforma antes do pleito de 2018 poupará o sucessor da batalha que o presidente Michel Temer se dispôs a enfrentar. Quem assumir, herdará uma situação fiscal menos trágica.
Ou alguém acredita que o presidente quer reformar a previdência porque detesta velhinhos de pijama? No horizonte, há um cálculo político: o crescimento menos lento e duradouro, como preveem economistas. Não à toa, Fernando Henrique, Lula e Dilma propuseram reformas previdenciárias.
Mas se a economia melhorar, Temer e sua grei chegarão à sucessão fortalecidos e em condições de fazer o sucessor? Em que pese sua abissal impopularidade, é uma possibilidade.
Em contrapartida, quem vencer entra em campo com o time no ataque. Com as contas menos desequilibradas é mais fácil manter inflação, juros e desemprego baixos com renda estável. E popularidade em alta.