Carlos Eduardo Bellini Borenstein O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) disputarão o segundo turno em São Paulo (SP), reproduzindo a polarização nacional entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT). Embora as pesquisas apontassem que Tarcísio estava mais próximo de ser o adversário de Haddad do que o governador Rodrigo Garcia (PSDB), o fato de Tarcísio terminar o primeiro turno na liderança surpreendeu.
O resultado foi uma derrota de grande magnitude para o PSDB, que perderá, a partir de 2023, o controle de sua grande vitrine política, que é governada pelos tucanos desde 1995. A derrota precoce do PSDB também aponta que o surgimento de uma direita socialmente enraizada, a partir do bolsonarismo, tirou o protagonismo dos tucanos.
| CANDIDATOS | VOTOS TOTAIS | VOTOS VÁLIDOS (%) |
| Tarcísio de Freitas (Republicanos) | 9.881.995 | 42,32 |
| Fernando Haddad (PT) | 8.337.139 | 35,70 |
| Rodrigo Garcia (PSDB) | 4.296.293 | 18,40 |
| Vinícius Poit (Novo) | 388.974 | 1,67 |
| Elvis Cezar (PDT) | 281.712 | 1,21 |
| Carol Vigliar (UP) | 88.767 | 0,38 |
| Gabriel Colombo (PCB) | 46.727 | 0,20 |
| Altino (PSTU) | 14.859 | 0,06 |
| Antonio Jorge (DC) | 10.778 | 0,05 |
| Edson Dorta (PCO) | 5.305 | 0,02 |
No segundo turno, Tarcísio de Freitas é o favorito contra Fernando Haddad. Além de vantagem de 6,62 pontos percentuais no primeiro turno, as pesquisas de véspera do primeiro turno apontaram que Haddad é mais rejeitado que Tarcísio. Outro aspecto é que a maior parcela dos eleitores que votaram em Rodrigo Garcia tende a preferir Tarcísio e Haddad.
No entanto, Haddad promete tentar o apoio de Garcia e do PSDB. Além disso, no segundo turno, para tentar “virar” a eleição, o ex-prefeito buscará colocar a rejeição de Bolsonaro em Tarcísio como objetivo de aumentar sua rejeição.
Marcos Pontes surpreende e se elege senador
A migração do eleitor antipetista paulista para Tarcísio de Freitas também beneficiou o senador Marcos Pontes (PL), candidato a senador na chapa do ex-ministro de Bolsonaro, que, contrariando o prognóstico das pesquisas, se elegeu senador como uma vantagem de 13,46 pontos percentuais sobre o ex-governador Marcio França (PSB), apontado até então como favorito.
| CANDIDATOS | VOTOS TOTAIS | VOTOS VÁLIDOS (%) |
| Marcos Pontes (PL) | 10.714.913 | 49,68 |
| Márcio França (PSB) | 7.822.518 | 36,22 |
| Edson Aparecido (MDB) | 1.655.224 | 7,67 |
| Janaína Paschoal (PRTB) | 447.550 | 2,07 |
| Ricardo Mellão (Novo) | 311.321 | 1,44 |
| Vivian Mendes (UP) | 280.460 | 1,30 |
| Aldo Rebelo (PDT) | 230.833 | 1,07 |
| Tito Bellini (PCB) | 59.449 | 0,28 |
| Azkoul (DC) | 19.337 | 0,09 |
| Luiz Prates (PSTU) | 14.598 | 0,07 |
| Antônio Carlos (PCO) | 13.280 | 0,06 |
O resultado da eleição ao Senado representou um significativo revés para Márcio França, que acumulou sua terceira derrota eleitoral. Em 2018, perdeu a reeleição para João Doria (PSDB). Dois anos depois, em 2020, foi derrotado já no primeiro turno na eleição para prefeito de SP. E ontem, uma nova derrota, desta vez na disputa para senador.