O parecer que analisa os impactos orçamentário e financeiro do piso da enfermagem foi lido pelo relator, Alexandre Padilha (PT-SP), no grupo de trabalho da Câmara dos Deputados e irá a voto, nesta quarta-feira (23). A ideia dos parlamentares que defendem o estabelecimento de um piso salarial para a categoria é pressionar para que o projeto seja levado a plenário o mais rápido possível.
A avaliação entre os integrantes do GT é de que no grupo não haverá dificuldade de aprovar a matéria. O próximo passo é que preocupa.
“A aprovação do piso é muito importante para os profissionais de enfermagem e para a saúde como um todo, porque a enfermagem é feita de pessoas. O fato de os profissionais não terem um piso adequado faz com que tenham carga horária excessiva, e isso prejudica não só a saúde deles, mas a de quem é cuidado por eles”, afirmou Padilha.
Durante 20 dias, o grupo de trabalho se dedicou a levantar dados a respeito de como os cofres públicos sentirão o estabelecimento do piso salarial da enfermagem. O documento ao qual a *Arko* teve acesso estima que o impacto da proposta nos cofres dos estados, DF, municípios e União, será em torno de 16 bilhões de reais. O levantamento foi baseado no número de profissionais conforme a Rais 2020, desconsiderando os vínculos sem informação de jornada e remuneração.
No final de novembro, o Senado aprovou o piso de R$4.750,00 para os enfermeiros do Brasil. A proposta indica ainda um piso mínimo de R$3.325,00 para os técnicos de enfermagem e de R$2.375,00 para os auxiliares de enfermagem e para as parteiras.
De acordo com o vice-presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) e prefeito de Pará de Minas (MG), Elias Diniz, os municípios não têm recurso orçamentário suficiente para cumprir o valor estabelecido pelo Senado.
“A proposta então é que o governo federal mostre a fonte. Sabemos que é justo aumentar a remuneração desses profissionais, mas temos que saber a fonte para que possamos honrar esses compromissos”, defendeu Diniz, em conversa com a Arko Advice.