Para saber mais sobre a crise política e sobre a delação da JBS contra Temer leia:
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRISE POLÍTICA
O BRASIL TEM UMA AGENDA EM BUSCA DE UM LÍDER
TEMPOS ESTRANHOS
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Em Brasília já não se discutem as possíveis saídas para o governo de Michel Temer. Depois dos efeitos da delação da JBS, do afastamento do senador Aécio Neves e da prisão de sua irmã, Andrea Neves, o presidente perdeu a governabilidade. E mesmo que se levantem novas suspeitas quanto a legitimidade das gravações, o que beneficiaria Temer, o dano político está feito e a agenda legislativa comprometida.
Temer nega-se a renunciar e espera que avanços na área econômica e na tramitação das reformas sejam suficientes para esticar a paciência do mercado e da base aliada. Mas dois temas dominam as conversas no Congresso: como será a saída de Temer e quem o substituirá.
Julgamento no TSE
O TSE pode tomar as rédeas da situação e aproveitar o julgamento da ação contra a chapa Dilma-Temer para abreviar a crise, abrindo caminho para uma rápida sucessão. O ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, já marcou a volta do julgamento para dia 6 de junho.
Solução Constitucional
A cassação pelo TSE oferece uma brecha que deixa inquietos aliados e opositores. Sendo a chapa Dilma-Temer cassada, o mandato de Temer, em teoria, não teria sido válido, e portanto, não haveria vacância, conforme previsto na Constituição. Juristas defendem que seria o caso de antecipação das eleições diretas.
Pensando na continuidade das reformas e na recuperação da estabilidade política, a maioria concorda que a melhor opção é a eleição indireta. A solução não conta com apoio da opinião pública, mas desperta interesse entre representantes do poder legislativo. A eleição indireta, embora constitucional, não está devidamente regulamentada sobre quem poderia ser candidato. Se seguir a regra geral, o candidato deve ser brasileiro nato, ter mais de 31 anos e pelo menos 6 meses de filiação partidária. O importante agora é definir nomes viáveis para ocupar a Presidência em tempos tão conturbados.
Possíveis nomes
Entre os candidatos citados ultimamente destacamos alguns com prós e contra:
Nelson Jobim
Prós: filiado ao PMDB, partido de Temer, foi ministro da Justiça no governo FHC, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e ocupou a pasta da Defesa nas administrações petistas de Lula e Dilma. Tem perfil conciliador, com clara vantagem para administrar as relações entre os poderes caso seja eleito.
Contra: a Lava-Jato investiga tanto o banco BTG-Pactual do qual é sócio e membro do conselho diretor quanto o maior negócio de sua gestão na Defesa lulista, a compra dos submarinos.
Tasso Jereissati
Prós: senador, presidente do PSDB, tem bom relacionamento no Congresso.
Contra: não é um nome que agrada aos partidos do Centrão, que apoiam Maia, e ao núcleo duro do Planalto. Tem problemas de saúde.
Cármen Lúcia
Prós: defende as reformas. Pode representar uma opção fora do núcleo político e do “lado” da Lava-Jato.
Contra: por ser representante do judiciário e declaradamente contra a corrupção, não conseguiria facilmente apoio no Congresso.
Gilmar Mendes
Prós: tem estado do lado do governo em momentos de crise. Critica abertamente os abusos da Lava-Jato.
Contra: não tem o perfil conciliador necessário e já entrou em conflito com representantes do MPF e do legislativo.
Henrique Meirelles
Prós: ministro da Fazenda, fiador das reformas, é o nome preferido do mercado e de aliados de Michel Temer.
Contra: esteve quatro anos à frente do conselho consultivo da J&F, holding que reúne as empresas dos irmãos Batista, entre elas a JBS
Rodrigo Maia
Prós: deputado do DEM, é o primeiro na linha sucessória e será o responsável por convocar a eleição indireta. Tem apoio dos partidos nanicos e bom relacionamento com a oposição, conseguiu se eleger para a presidência da Câmara com votos até do PT e do PCdoB. Se tiver um bom desempenho pode tornar-se a opção natural para o mandato tampão.
Contra: Está sendo investigado pela Lava-Jato