O PSDB, principal partido de oposição ao governo Dilma Rousseff, está vivendo uma série de dilemas que o colocam em uma encruzilhada. A atuação da legenda frente ao atual governo é motivo de debates internos. Além disso, há uma disputa entre seus principais líderes (Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra) e denúncias contra Alckmin, em São Paulo (SP), e também contra o ex-presidente FHC.
Após pesquisas internas apontarem queda nas intenções de voto e aumento de rejeição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) decidiu rever sua estratégia de atuação. A partir de agora, deverá ser mais propositivo, deixando um pouco de lado a movimentação em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A alteração no comportamento de Aécio ocorre após se constatar que o senador é visto pelo eleitorado como um líder que não propõe saídas para a crise. As sondagens também mostraram desgaste na imagem do PSDB por apostar nas chamadas “pautas-bomba”.
Qual será a postura do PSDB?
Porém, a bancada tucana na Câmara dos Deputados continuará adotando um tom de maior enfrentamento com o governo. O alvo dos parlamentares do PSDB é o ex-presidente Lula, que será bastante cobrado.
Enquanto o PSDB debate sua atuação como partido em Brasília, Geraldo Alckmin e FHC enfrentam denúncias. Alckmin está diante de uma investigação que envolve supostas irregularidades nos contratos de fornecimento de merenda escolar. Outro desgaste que atinge o governador são os protestos pelo fechamento de salas de aula na rede estadual devido à redução do número de alunos.
Na semana passada, a jornalista Miriam Dutra fez denúncias contra FHC. Miriam falou sobre o relacionamento extraconjugal que manteve com o ex-presidente entre 1985 e 1991 e revelou que a empresa Brasif Exportação e Importação, concessionária à época das lojas Duty Free nos aeroportos brasileiros, ajudou FHC a enviar dinheiro para ela entre 2002 e 2006.
Em meio a todos esses desafios, o PSDB ainda precisará conviver com o risco de Alckmin e Serra trocarem de partido para disputar o Palácio do Planalto. Especula-se sobre a ida de Alckmin para o PSB e de Serra para o PMDB.