Início » O julgamento do século televisionado pela TV Senado

O julgamento do século televisionado pela TV Senado

A+A-
Reset

O país assiste hoje sua história ser contada pela TV Senado. Dilma Rousseff, primeira mulher a ser eleita presidente da República, será afastada do cargo. Primeiramente, por 180 dias. Mas nem ela própria acredita que conseguirá voltar à cadeira presidencial, dada a insatisfação das ruas com seu governo.

Não por outro motivo, ministros do núcleo mais próximo de Dilma já limparam as gavetas e deixaram a Esplanada dos Ministérios. Eles, no entanto, continuarão a receber seus polpudos salários enquanto durar o julgamento do caso no Senado, que pode se arrastar até novembro. Apenas Jaques Wagner, o “ministro” chefe de gabinete de Dilma, receberá vencimentos de R$ 30.934,00 mesmo sem nem sequer colocar os pés em Brasília. Por mês, é claro.

Em conversas reservadas, esses mesmos ministros reconhecem que, embora o motivo oficial do impeachment seja as “pedaladas fiscais”, o afastamento de Dilma decorre da insatisfação popular com algo que atinge a todos os brasileiros: o próprio bolso.

Seja você favorável ou não ao impeachment, é improvável que não tenha percebido o quanto as coisas ficaram mais difíceis ultimamente. A bem da verdade, com Dilma, a economia encolheu e a inflação não deu sossego a ninguém.

Apenas para se ter ideia do quanto o dinheiro perdeu valor nesses pouco mais de cinco anos de governo Dilma, uma conta de supermercado que custaria R$ 100 em janeiro de 2011 sairia, hoje, por pelo menos R$ 144,28. Isso por causa da inflação galopante, que está, desde 2009, acima do que foi prometido pelo governo.

Porém, por pior que seja a inflação, não há nada de mais nefasto para um povo do que o desemprego. Porque, afinal de contas, é melhor ter algum dinheiro no bolso, ainda que valha pouco, do que nenhum, e ter que depender do seguro desemprego (de apenas cinco meses). Pois, sob Dilma, 11 milhões de pais de família perderam o sustento de suas casas. Boa parte deles, eleitores de uma presidente que, embora eleita com 54 milhões de votos, é reprovada por dois terços da população.

É por isso que este 11 de maio não será marcado apenas como o dia em que o Senado decidiu afastar Dilma do cargo temporariamente. Será uma data a não ser mais esquecida por qualquer político brasileiro. Um alerta de que o povo não mais aceitará que governantes eleitos pelo voto descumpram aquilo que foi prometido em campanha eleitoral.

Páginas do site

Sugira uma pauta ou fale conosco

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Aceitar Saiba mais