Ănica a apresentar lance pelo trecho inicial da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) no leilĂŁo realizado na quinta-feira, a Bahia Mineração (Bamin) pagou R$ 32,73 milhĂ”es, R$ 30 mil a mais do que o preço mĂnimo fixado no edital. A Bamin vai poder operar os 537 quilĂŽmetros da ferrovia entre o porto de Ilheus e CaetitĂ© (BA), onde se encontra sua mina de minĂ©rio de ferro, pelo prazo de 35 anos de concessĂŁo.
A proposta feita pela mineradora dĂĄ suporte ao projeto do MinistĂ©rio da Infraestrutura de construir uma malha ferroviĂĄria entre o litoral sul da Bahia e a regiĂŁo oeste do estado, novo centro de produção agrĂcola. âMuito em breve, essa ferrovia vai capturar a carga do agronegĂłcio do oeste baiano. SerĂĄ um projeto transformador para a Bahiaâ, disse o ministro TarcĂsio de Freitas.
O trecho arrematado pela Bamin estĂĄ com 75% de suas obras prontas. A futura concessionĂĄria terĂĄ de investir R$ 1,6 bilhĂŁo para deixar a ferrovia em condiçÔes de operar, alĂ©m das instalaçÔes do porto. A Fiol foi dividida em trĂȘs partes. No conjunto ferrovia-porto, a empresa avisou que vai investir R$ 14 bilhĂ”es, valor que virĂĄ do caixa da Eurasian Resources Group (ERG), do CazaquistĂŁo, acionista majoritĂĄrio da Bamin, segundo o presidente da mineradora no Brasil, Eduardo Ledsham.
ApĂłs CaetitĂ©, rumo ao oeste, hĂĄ mais 585 quilĂŽmetros que se encontram em obras atĂ© Barreiras. Um batalhĂŁo de engenharia do ExĂ©rcito assumiu parte dos trabalhos desde o final do ano passado. Uma ponte de 2.800 metros sobre o rio SĂŁo Francisco jĂĄ estĂĄ concluĂda.
Pela renovação antecipada do contrato de concessĂŁo da Estrada de Ferro VitĂłria Minas â EFVM, assinada no ano passado, a Vale usarĂĄ parte dos recursos devidos ao governo como outorga para importar os trilhos que concluirĂŁo esse trecho da Fiol, no modelo de investimento cruzado. O terceiro trecho, com mais 500 quilĂŽmetros, entre Barreiras e a Ferrovia Norte-Sul, em Tocantins, ainda encontra-se em projeto.
Corredor Oeste-Leste
O MinistĂ©rio da Infraestrutura anunciou, no inĂcio da semana passada, a assinatura de acordo com o Banco Mundial (Bird) pelo qual a instituição financeira vai estruturar o projeto do corredor ferroviĂĄrio Oeste-Leste, ligando o municĂpio de Lucas do Rio Verde (MT), o principal centro produtor de grĂŁos do estado, ao porto de IlhĂ©us, no sul da Bahia.
Os estudos de viabilidade a cargo do Bird vĂŁo abranger a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), cujas obras estĂŁo previstas para começar no prĂłximo mĂȘs, a cargo da mineradora Vale, e os trechos III e II da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), totalizando 1,9 mil quilĂŽmetro.
ApĂłs a formalização do acordo, o ministro TarcĂsio de Freitas afirmou que esse projeto representa uma transformação: âA ideia Ă© termos um grande corredor ferroviĂĄrio Leste-Oeste, integrado ao sistema Norte-Sul.â Para a diretora do Bird para o Brasil, Paloma AnĂłs Casero, âesse futuro corredor tem muita potĂȘncia, tanto do ponto de vista econĂŽmico quanto do climĂĄticoâ, por reduzir a emissĂŁo de poluentes.
De acordo com seu projeto original, a Fiol, cujo primeiro trecho, de 537 quilĂŽmetros, foi leiloado na quinta-feira, terminaria na Ferrovia Norte-Sul, em FigueirĂłpolis (TO). O Bird vai estruturar a continuidade da linha, a partir da junção com a Fico, atĂ© Ăgua Boa (MT) num primeiro momento. Posteriormente, os trilhos seriam estendidos atĂ© Lucas do Rio Verde, com mais 770 quilĂŽmetros.