A eleição do tucano João Doria no primeiro turno para prefeito de São Paulo antecipou o embate entre o eterno trio de pré-candidatos do PSDB à presidência da República – Geraldo Alckmin, Aécio Neves e José Serra. O êxito de Doria, vitorioso em 56 das 58 zonas eleitorais, fortaleceu Alckmin, seu padrinho político, apontado como imbatível diante de Aécio.
Nos últimos dias, contudo, a avaliação da vitória de Doria começou a mudar. O ex-presidente Fernando Henrique disse a interlocutores que ela tem mais a ver com a facilidade que Doria, apresentador de TV, tem de se comunicar do que com as bênçãos do governador paulista.
Quem conhece o governador diz que seu nome não desce bem, na visão dos adversários de 2018. Os ressentimentos deixados por suas manobras políticas dificultam-lhe o caminho. A mais recente foi a escolha de Doria, consequência de veto imposto ao candidato de Serra – qualquer que fosse ele. A posição intransigente de Alckmin gerou um racha no partido.
Nada definido
Faltando dois anos para a corrida presidencial, duas variáveis precisam ser levadas em conta:
1) o desempenho do governo Temer na área econômica, no qual muitos apostam. Se for positivo, os maiores beneficiários devem ser Serra e Henrique Meirelles;
2) na hipótese de prévias, primeiro será preciso definir os critérios de inscrição de eleitores. Critérios sobre os quais há uma azeda polêmica interna.
Alckmin vive a típica euforia de quem ganhou, mas só se saberá quem vai levar em 2018. As brigas internas no PSDB são conhecidas por capacidade de produzir estragos por antecipação.