Sem dúvida alguma, o Brasil tem enormes desafios. Há um grande problema fiscal, o crescimento da economia é pífio há anos e temos enormes déficits sociais em áreas como habitação, saúde e educação. É certo também que a pandemia agravou esses problemas e fez o País retroceder em vários indicadores sociais. O desemprego, a fome e a pobreza aumentaram. Gostaria, entretanto, de ressaltar algumas boas notícias na área econômica que nos dão esperança de que o Brasil pode ter um futuro melhor, com bons resultados justamente em indicadores sociais.
Em abril, foi feita a concessão de 22 aeroportos para a iniciativa privada em 12 estados. Foram arrecadados R$ 3,3 bilhões. As concessões garantem R$ 6,1 bilhões em investimentos nos próximos anos. Também foi leiloada a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que arrecadou R$ 22, 689 bilhões. Milhares de pessoas que não contam com saneamento no estado podem se beneficiar. Em setembro do ano passado, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) foi vendida por R$ 2 bilhões, também com boas perspectivas de investimentos.
Esses exemplos mostram que, apesar de nossos desafios, o Brasil continua despertando enorme interesse de investidores. Por conta de um orçamento altamente engessado e comprometido com a burocracia estatal, somos extremamente dependentes do investimento privado. A partir deles, podemos gerar emprego e aumentar a renda da população.
Os leilões realizados pelo governo federal este ano foram responsáveis por contratar R$ 12,3 bilhões de investimentos, referentes à transferência de 30 ativos à iniciativa privada. Teremos, nos próximos meses, uma série de outros leilões. Há expectativa de se realizar a venda de oito empresas em 2021, entre elas os Correios e a Eletrobrás.
O País ainda atrai interesse de investidores. Com privatizações, vai gerar empregos e renda para a população
O Programa de Parcerias de Investimentos para este ano envolve 103 ativos, com previsão de R$ 445,6 bilhões de investimentos, sendo R$ 55 bilhões em certames já agendados.
É bem verdade que, para muitos, isso é pouco. Muito pouco. Seria preciso muito mais. E é verdade. Estamos há anos discutindo uma Reforma Tributária mais justa, por exemplo. E, ao que tudo indica, mais uma vez ela ficará para depois. Uma Reforma Administrativa que resulte em redução do tamanho do estado e aplicação mais eficiente dos recursos públicos é igualmente urgente. Vale lembrar, porém, que no próximo ano teremos eleições. Cada um com sua agenda, suas prioridades, pode fazer suas escolhas. Que elas levem em consideração os desafios que temos pela frente. Gostando ou não de política, é por meio da política que endereçamos as soluções para os nossos problemas.
Este artigo foi publicado, originalmente, na Revista Istoé