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CPI: relator tenta expandir investigação de Bolsonaro para além da pandemia

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Principalmente por ação do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), a CPI da Pandemia tem se aproveitado das ferramentas que tem à disposição para expandir a investigação do governo federal para além de assuntos ligados à pandemia. Hoje, durante o interrogatório do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, falou-se pouco de saúde. O relator fez perguntas sobre supostas perseguições políticas que partiriam do clã Bolsonaro e sobre possíveis interferências do governo federal em investigações no Rio de Janeiro. Witzel sustenta que seu governo foi vítima de sabotagem por parte do governo federal.

A mudança de foco gerou reações. O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) questionou várias vezes a relevância das perguntas sobre os processos contra Witzel. A resposta foi de que os temas tratados se vinculam à CPI uma vez que os fatos ocorreram após apuração de desvios de recursos para o combate à pandemia de covid-19.

Quando senadores governistas teriam espaço para perguntas, Witzel usou do Habeas Corpus que obteve no STF e deixou a sessão, sendo chamado de “fujão” por Flávio Bolsonaro.

Wilson Witzel responsabiliza Bolsonaro por mortes na pandemia

Wilson Witzel foi convocado para depor, nesta quarta-feira (16), à CPI na condição de testemunha para prestar esclarecimentos sobre quais foram as ações e omissões do governo federal diante da crise sanitária gerada pela pandemia do coronavírus e como os gestores estaduais utilizaram os recursos da União para combater a doença.

Uma série de denúncias apontam que Witzel se beneficiou de um esquema de corrupção no início da pandemia. No requerimento apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitando a presença do ex-governador há dados do Ministério Público Federal (MPF) indicando que ele recebia um percentual das propinas que eram pagas dentro da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro.

Em seu depoimento Witzel responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro pelas quase 500 mil mortes de covid-19 no país e disse, ainda, que Bolsonaro quer culpar os governos estaduais para se livrar das consequências da omissão no combate à pandemia. O ex-governador acusa o presidente de politizar a pandemia, não auxiliando os estados em medidas restritivas e recusando inúmeras solicitações de reuniões com os governadores.

“Os estados tomaram medidas de isolamento social, que tiveram consequências econômicas. Isso fragiliza os estados. Como você tem um país que o presidente não dialoga com governador de estado? Ele deixou a gente à mercê da desgraça que viria. O responsável pelos quase 500 mil mortos tem nome, endereço e precisa ser julgado.”

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