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CPI: médica Nise Yamaguchi defende imunidade de rebanho e nega existência de gabinete paralelo

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“A imunidade de rebanho é um fato”, afirmou a oncologista e imunologista Nise Yamaguchi em defesa da tese ao ser questionada pelo relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL) se ela concorda com a teoria. A médica disse em depoimento, nesta terça-feira (1º), que “opiniões são circunstanciais” e que, neste momento, a imunidade de rebanho se dará pelas vacinas.

Renan Calheiros questionou se ela sustentava a mesma posição que manifestada em junho do ano passado. “A resposta não é simples. O que eu estou dizendo é que imunidade de rebanho é um fato. A partir de um momento, a comunidade adquiria uma imunidade. Não se previa tantas interfaces tão complexas. É difícil dizer o número de casos em que isso vai ocorrer”, afirmou Yamaguchi.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE), interrompeu a médica e falou que não permitiria que a população permanecesse desinformada sobre o assunto. Na sequência, houve uma discussão entre os senadores. Ao voltar a responder, a Yamaguchi afirmou que mantinha a posição para aquele momento, no início da pandemia, mas que para hoje novos algoritmos deveriam ser considerados.

Gabinete paralelo

Nise Yamaguchi negou a existência de um gabinete paralelo ao Ministério da Saúde, que supostamente aconselha o presidente Jair Bolsonaro em questões referentes ao enfrentamento da pandemia da covid-19. Renan Calheiros apresentou um vídeo e afirmou que o mesmo demonstrava a existência do gabinete. “Não participo de nenhum gabinete paralelo. Eu entendo que o governo é um só”, disse.

A oncologista alegou que as conversas sobre a dosagem de cloroquina em pacientes com covid-19 foram todas dentro de um ambiente técnico do Ministério da Saúde. Em seguida, o relator questionou se Carlos Bolsonaro, Osmar Terra, Carlos Wizard e Arthur Weintraub faziam parte do gabinete paralelo e pediu que Yamaguchi informasse outros nomes que compõem o suposto grupo. “Eu só participo como consultora individual. Desconheço a existência de um gabinete paralelo e não teria nem como enunciar pessoas que participam”, respondeu a médica.

Vacina

Após a exibição de um vídeo com falas da médica afirmando que o tratamento precoce seria mais importante que a vacinação e que não seria necessário vacinar a população aleatoriamente, Renan Calheiros questionou se Yamaguchi mantinha o entendimento. “Vacina não é tratamento, mas prevenção. Tratamento é tratamento, vacinação é vacinação e prevenção é prevenção”, respondeu Nise.

A fala gerou revolta no presidente da CPI, que a interrompeu. “A doutora Nise, com essa voz calma, tranquila, é convincente. Peço que desconsiderem o que ela está dizendo em relação à vacina. O brasileiro precisa de duas doses de vacina. A vacina salva”, disse Aziz.

Diferente das pessoas já ouvidas na CPI, Yamaguchi foi convidada, não convocada a depor. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) chegou a solicitar, por questão de ordem, a suspensão da sessão para que a oncologista fosse reconvocada para depor como testemunha. No entanto, Omar Aziz decidiu continuar com a sessão.

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