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Clima esquenta na CPI da Covid e Renan ameaça prender Wajngarten

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Durante a sessão da CPI da Covid desta quarta-feira (12) o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão, ameaçou prender o ex-secretário especial de comunicação social da Presidência da República, Fábio Wajngarten.

Apesar de Wajngarten ter adotado tom crítico ao governo em uma entrevista recente à revista Veja, na oitiva o ex-secretário adotou uma postura mais amena. Após uma série de respostas evasivas, Calheiros acusou o ex-secretário de estar mentindo e disse que vai solicitar o áudio da entrevista de Wajngarten para a revista. Disse também que, se ficar provado que ele mentiu em depoimento, vai pedir a prisão do ex-secretário.

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) partiu em defesa do ex-secretário. “Estamos diante de um clássico abuso de autoridade”, disse. O parlamentar afirmou que Renan Calheiros quer enquadrar o depoente para “confirmar uma narrativa pronta.”

“Alguém está mentindo, o depoente ou a revista Veja. Mas não é o caso de tomar medidas extremas”, interveio Omar Aziz, presidente da CPI.

Aziz reforçou o pedido pelo áudio da entrevista sem cortes e chegou a ameaçar encerrar a sessão. “Acredito que o depoimento do seu Fábio está prejudicado hoje”, argumentou. Parlamentares contestaram a decisão do presidente e disseram que, assim como o relator teve oportunidade de falar, agora os senadores também querem a vez. Aziz decidiu continuar com a sessão enquanto aguarda a gravação da Veja.

Enquanto Wajngarten era questionado por Calheiros, o presidente da CPI precisou intervir em alguns momentos e aconselhou o ex-secretário que fosse objetivo e verdadeiro. “Com todo o respeito que o senhor merece, se Vossa Excelência não for objetivo nas suas respostas, nós iremos dispensá-lo dessa comissão, pediremos à revista Veja que mande a gravação e o chamaremos de novo, não como testemunha, mas como investigado”, disse Omar Aziz.

Pfizer

Em entrevista à Revista Veja, Fábio denunciou incompetência e ineficiência na compra de vacinas por parte da gestão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. De acordo com Wajngarten, por esse motivo ele foi autorizado por Bolsonaro a intermediar as negociações com a farmacêutica Pfizer para aquisição de 70 milhões de doses do fármaco.

Durante o depoimento, após tentar se esquivar com respostas evasivas, ele acabou confirmando a existência de uma carta da Pfizer enviada ao governo Bolsonaro em 12 de setembro com o objetivo de negociar a compra de vacinas. Ele afirmou que em novembro mandou um e-mail à Pfizer e posteriormente a isso se encontrou com o CEO da farmacêutica Carlos Murillo, em seu gabinete.

Fábio negou a existência de um aconselhamento paralelo a Bolsonaro sobre o combate à pandemia, contrariando o que foi dito pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e pelo presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.

Bolsonaro

Questionado sobre as declarações de Bolsonaro que minimizavam a importância das vacinas e da imunização da população, Wajngarten se recusou a atribuir peso negativo as falas. “O impacto de uma mensagem é composto pelas várias formas de emissão de comunicação”, desconversou.

Não satisfeito com o posicionamento, Renan Calheiros exigiu objetividade na resposta ao questionamento se as falas do Presidente da República iria contra a campanha de imunização contra a covid. “A gente faz campanhas para contrapor, para complementar informações. A mensagem do presidente tem impacto negativo em cada tipo de pessoa”, acrescentou Fábio.

Em defesa das declarações de Bolsonaro de que seria o último brasileiro a se vacinar, o ex-secretário disse que faria o mesmo. “Ele está dizendo que não vai tomar vacina porque vai aguardar o último brasileiro ser vacinado”, esclareceu.

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