Depois de defender o afrouxamento da emenda do teto de gastos, o presidente Jair Bolsonaro foi convencido por sua equipe econômica a desistir de tal ideia. O dispositivo proíbe que empresas cresçam acima da inflação.
Bolsonaro confessou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que se sente “agoniado” por estar “amarrado à política econômica”, e que teme o “risco de o governo morrer por inanição”. Se, por um lado, Guedes defende o arrocho da Esplanada dos Ministérios para 2020, Bolsonaro quer o projeto em prática de imediato e pede à sua equipe econômica que não seja inflexível para ajudá-lo a garantir as demandas políticas.
Guedes está empenhado em ajudar Bolsonaro a negociar com o Congresso o acionamento dos chamados “gatilhos” – ferramenta prevista na regra do teto para reduzir despesas obrigatórias, por meio de suspensão de aumento salarial de servidores, concessão de benefícios e de reajustes de despesas acima da inflação. Adolfo Sachsida, secretário de Polítca Econômica do Ministério da Economia, disse que a área técnica do governo está, sim, preparando medidas redutoras das despesas obrigatórias.