Ao participar de evento promovido pelo BTG Pactual na semana passada, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, informou que o banco tem hoje, em seu pipeline de projetos, cerca de 16 mil quilômetros de rodovias que podem ser transferidas ao setor privado nos próximos quatro anos.
“A gente tem hoje no Brasil em torno de 20 mil quilômetros concessionados de rodovias federais e estaduais”, explicou Montezano. “Só no pipeline do BNDES são 16 mil quilômetros. Sozinho, o banco vai quase dobrar a quilometragem concessionada no Brasil nos próximos quatro anos.”
O presidente do banco acrescentou que a capacidade de as empresas prepararem seus lances para um leilão vai gerar a necessidade de alocação de mão de obra de profissionais, caso de auditores e analistas, “num ritmo que a gente nunca viu antes no Brasil no setor de rodovias”. Observou que os grupos interessados nos leilões terão de ter força de trabalho e equipes que consigam processar essa agenda.
A quantidade de projetos a serem oferecidos representa o primeiro desafio. O segundo, no seu entendimento, diz respeito ao financiamento. Disse que governo, agentes privados e agentes financeiros têm de se mobilizar para poder prover recursos ao setor. Destacou que o papel do banco é reduzir a barreira de entrada de novos players no mercado de infraestrutura e promover mais competição.
Nesse sentido, o banco modela os projetos e presta informações cada vez mais detalhadas, o que possibilita que novos atores disputem espaço com maior igualdade de condições com players que já atuam no país.