O Brasilianista Em sessão plenária no Senado Federal nesta quinta-feira (10), o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, sugeriu o fim do crédito rotativo para cartão de crédito como uma das medidas para alcançar a estabilidade financeira no país. O rotativo é o crédito ao qual o consumidor é submetido ao não pagar o valor total da fatura do cartão até o vencimento e é uma das modalidades mais caras do mercado.
Atualmente são mais de 200 milhões de unidades de cartões ativos e cerca de 40% das compras no Brasil são feitas no crédito. O presidente do BC classificou o cartão de crédito como “o grande problema”, pois, em junho, os juros do crédito rotativo ficaram em 437,3% ao ano, com uma taxa de inadimplência de 52% .
Para evitar que o consumidor acumule dívidas e pague juros sobre juros, Campos Neto revelou que a autarquia estuda a possibilidade de extinguir o crédito rotativo e encaminhar os devedores a um parcelamento da dívida com taxas menores, em torno de 9%.
A ideia é oferecer um cenário para os consumidores sanarem as pendências financeiras. “Criar algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento tão longo não é proibir, mas fazer com que fiquem mais disciplinados para não afetar o consumo”, afirmou Campos Neto.
Outra solução possível seria limitar o juro de cartão, como defende o deputado Elmar Nascimento (União-BA), o relator do Desenrola – projeto do Governo Federal para renegociação de dívidas da população que também discute o crédito rotativo. No entanto, Campos Neto alerta que esta medida poderia resultar na restrição de acesso ao crédito por parte das pessoas que apresentam mais riscos de não pagarem as contas.
O presidente do BC se comprometeu a apresentar formalmente uma solução para o crédito rotativo em até 90 dias. Além da autarquia, o Ministério da Fazenda também avalia a questão do crédito rotativo e deve propor alternativas para o problema no mesmo prazo.