Levantamento realizado pela Arko Advice com base nos resultados do primeiro turno das últimas seis eleições presidenciais mostra que há espaço em 2018 para o fim da polarização entre PT x PSDB, que vigora desde 1994. Além de o percentual de votos válidos dados a candidatos fora dessa polarização estar crescendo desde 2006 (ver tabela abaixo), PT e PSDB passam por grande desgaste. Segundo a mais recente pesquisa do DataPoder 360, 53% dos entrevistados afirmam que não votariam em um candidato do PSDB “de jeito nenhum”. Esse percentual de rejeição é similar ao obtido pelo PT (51%).
Nota-se que nas últimas três eleições presidenciais (2006, 2010 e 2014), o voto na chamada “terceira via” cresceu 15,12 pontos percentuais. Conforme podemos ver na tabela acima, à exceção do desempenho obtido por Heloisa Helena na disputa de 2006, a votação do terceiro colocado nas demais eleições vem crescendo desde 1994.
Inflação de candidatos nas eleições
Aliás, não por acaso hoje temos uma inflação de pré-candidatos procurando se posicionar como alternativa a petistas e tucanos. São eles: os deputados federais Jair Bolsonaro (PSC) e Chico Alencar (PSOL); a ex-senadora Marina Silva (REDE); o ex-ministro Ciro Gomes (PDT); os senadores Álvaro Dias (PODEMOS) e Ronaldo Caiado (DEM); o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD); o banqueiro João Amoedo (NOVO); o ex-presidente do Supremo Joaquim Barbosa (sem partido); e o apresentador da Rede Globo Luciano Huck (sem partido).
Porém, apesar do desgaste enfrentado por PT e PSDB, não devemos desconsiderar a possibilidade de esses dois partidos reproduzirem em 2018 o embate ocorrido nas últimas seis eleições presidenciais. Apesar da soma dos votos em candidatos petistas e tucanos ter baixado 15,11 pontos percentuais entre 2006 e 2014, os dois partidos ainda concentram um número expressivo de votos (mais de 75% no primeiro turno da eleição presidencial de 2014).
Fora a questão estatística, variáveis políticas podem levar à reprodução do embate entre PT x PSDB em 2018. Caso o ex-presidente Lula (PT) seja candidato, são elevadas as possibilidades de ele chegar ao segundo turno.
Embora hoje Jair Bolsonaro (PSC) tenha mais chances de ir para o segundo turno que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) ou o prefeito João Doria (PSDB), por exemplo, não devemos desprezar fatores como a capacidade de construir uma aliança forte, que redundaria em um bom tempo de TV, e a estruturação do PSDB em todo o país, que poderão levar novamente os tucanos ao segundo turno da eleição presidencial.