Embora o governador de São Paulo (SP), Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), gravem vídeos juntos e reafirmem lealdade um ao outro, está em curso nos bastidores do PSDB paulista uma disputa entre ambos pela candidatura presidencial tucana de 2018.
Além da movimentação de ambos por São Paulo e outros importantes estados do país, a decisão da Executiva Nacional do PSDB de antecipar as convenções municipais e estaduais do partido, tende a fazer com que Alckmin e Doria trabalhem para eleger aliados para ocupar postos estratégicos na máquina partidária.
Vale recordar que ambos tiveram atritos com os atuais dirigentes do partido: Geraldo Alckmin com o presidente do PSDB paulista, o deputado estadual Pedro Tobias, e Doria com o presidente do diretório municipal, vereador Mário Covas Neto.
O processo de sucessão interna está marcado para ocorrer em outubro e novembro. No mês de outubro serão eleitos os membros do diretório municipal. E em novembro, haverá a escolha dos dirigentes estaduais tucanos.
Mesmo que Alckmin tenha sido o padrinho da vitoriosa candidatura de Doria na disputa pela prefeitura de São Paulo no ano passado, e tenha passado a despontar como um potencial candidato ao Palácio do Planalto, o cenário mudou completamente nesse ano. Além de citado na Operação Lava-Jato, Alckmin viu Doria projetar seu próprio nome nacionalmente.
Mais do que isso, hoje, João Doria está à frente de Geraldo Alckmin nas pesquisas. Na sondagem realizada pelo portal Poder 360 na semana passada, no cenário em que o ex-presidente Lula (PT) aparece como candidato, ele lidera com 32% das intenções de voto. O deputado federal Jair Bolsonaro (Patriotas-RJ) está em segundo com 25%. E Alckmin soma apenas 4% das menções.
Na simulação em que Doria é candidato, Lula aparece com 31%. Bolsonaro tem 18% e o prefeito de São Paulo contabiliza 12%. Ou seja, conforme podemos ver, além de Doria ter mais intenção de voto que Alckmin no cenário atual, o prefeito tem mais densidade eleitoral para encostar em Bolsonaro, o segundo colocado.
Outro exemplo dessa disputa foi a informação que o governador conversa com o cientista político Luiz Felipe D`Ávila, que se filiou ao PSDB e é genro do empresário Abilio Diniz, para se colocar como pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Vale recordar que caso Doria não seja candidato a presidência da República, a candidatura a governador de São Paulo é citada por aliados como seu “Plano B”.
O movimento em relação a Luiz Felipe D`Ávila, que também é conduzido pelo presidente estadual do PSDB, Pedro Tobias, representa mais um passo para “cercar” Doria.
Geraldo Alckmin e João Doria vão continuar negando a disputa entre ambos pela candidatura presidencial. Porém, esse embate interno já está colocado no tabuleiro. Embora muitos afirmem que Doria não enfrentaria Alckmin em prévias internas do PSDB, por exemplo, não podemos descartar complemente a possibilidade do prefeito trocar de partido para concorrer ao Palácio do Planalto caso conquiste apoio suficiente para bancar uma candidatura presidencial.