Os primeiros quatro meses de 2017 tendem a ser bastante agitados, fazendo com que o nível de tensão política continue elevado.
Em fevereiro, haverá eleição para as presidências da Câmara e do Senado. O que preocupa o Palácio do Planalto é a disputa envolvendo o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tentará a reeleição, e o Centrão, grupo de 12 partidos aliados que disputa o cargo.
A possibilidade de Rodrigo Maia poder concorrer à reeleição dependerá de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que volta ao trabalho no dia 1º de fevereiro. A Constituição permite a reeleição para os cargos das Mesas da Câmara e do Senado desde que em legislatura diferente. Maia argumenta que, como foi eleito para um mandato-tampão (julho de 2016), em substituição ao presidente cassado Eduardo Cunha, ele poderia concorrer.
Em fevereiro também está prevista a instalação da Comissão Especial da Câmara que analisará a Reforma da Previdência. Entidades sindicais e categorias de servidores públicos prometem intensificar os protestos contra a proposta. Fala-se até mesmo em greve geral.
Ainda no início do ano, a delação da Odebrecht poderá ser homologada no Supremo no âmbito da Operação Lava-Jato. O vazamento do seu conteúdo agitará o mundo político e terá ampla repercussão em Brasília.
Diante desse cenário conturbado, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral Benjamin Hermann pode concluir seu parecer em ação que pede a cassação da chapa PT-PMDB na eleição presidencial de 2014. Em entrevista recente, Hermann sinalizou que pode apresentar seu voto em fevereiro.
Não será, portanto, um início de ano tranquilo. Demandará bastante atenção por parte do governo. Apresentar uma agenda positiva para o início do ano, combinada com ajustes na equipe ministerial, poderia ser uma forma de aliviar a pressão.