No último domingo (19), a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, alertou que a União Europeia pode não encontrar um acordo sobre o plano de recuperação pós-pandemia e o orçamento de longo prazo do bloco. Já o presidente da França, Emmanuel Macron, disse acreditar na possibilidade de uma solução e o primeiro-ministro da Grécia, Kyriákos Mitsotákis, afirmou esperar que os líderes consigam superar as diferenças e concordar com um estímulo econômico para impulsionar o crescimento do bloco após a pandemia.
O fundo de ajuda para o pós-crise da Covid-19 está estimado no valor de 750 bilhões de euros e o orçamento do bloco, em 1,1 trilhão de euros.
O maior ponto de discórdia está no tamanho do pacote de recuperação, pois Holanda, Áustria, Dinamarca, Suécia e Finlândia defendem fundo e parcelas de subsídios menores. Essas nações exigem que quaisquer empréstimos ou doações só sejam pagos mediante condições rigorosas, cujo cumprimento deve ser absolutamente garantido como, por exemplo, por meio de resoluções unânimes. Já Itália, Espanha e Grécia, rejeitam essa visão.
No sábado (19), um plano revisado havia sido apresentado aos líderes a fim de tentar romper o impasse do primeiro dia de reunião. A proposta previa, por exemplo, uma redução na parcela dos subsídios concedidos aos países da UE, bem como um “freio de emergência” no desembolso de fundos. Mas ele também não foi suficiente para se alcançar um consenso entre os governantes.
Após mais de dois dias de negociações sem consenso, em Bruxelas, ainda permanecem impasses entre os governantes sobre quais condições devem ser atribuídas ao pagamento dos subsídios do fundo de recuperação, destinado a ajudar os países europeus a reparar os danos causados pela crise da Covid-19.
É a primeira vez em cinco meses, devido à pandemia do novo coronavírus, que os chefes de Estado e de Governo – todos usando máscaras de proteção – se reúnem fisicamente em Bruxelas.