O aumento da geração de energia das fontes eólica e solar, especialmente nos estados do Nordeste e em Minas Gerais, leva à necessidade de construção de extensas linhas de transmissão, interligando os pontos de geração ao Centro-Sul, o maior mercado consumidor.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) programou dois leilões para este ano para construção e exploração de 10,5 mil km de linhas para escoar essa energia. Os investimentos previstos chegam a R$ 37,5 bilhões.
Os dois leilões entraram no radar de grandes grupos, nacionais e estrangeiros, incluindo a ex-estatal Eletrobras. A empresa retornou a esse tipo de disputa no leilão realizado em junho do ano passado, quando sua subsidiária Eletronorte ganhou um lote de linhas em Rondônia, além da construção de uma subestação em Porto Velho. A última participação da empresa em um leilão de transmissão tinha ocorrido em 2014.
O primeiro dos dois leilões da Aneel, neste ano, está previsto para 30 de junho, quando serão ofertados 6.122 km de linhas e investimento estimado em R$ 16 bilhões. O segundo vai ocorrer em 31 de outubro, com 4.471 km de linhas e investimento de R$ 19,7 bilhões.
Renovável é destaque
Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), mais de 90% da energia gerada e consumida durante o primeiro trimestre deste ano foi produzida a partir de fontes renováveis – hidráulica, eólica, biomassa e solar, o que não ocorria desde 2011.
Os dados de Energia Armazenada (EAR) – a quantidade de água armazenada nos reservatórios das usinas – demonstram que em março as regiões Sudeste/Centro-Oeste registraram 82,6% do total gerado. O índice é quase 20% maior do que o registrado no mesmo mês no ano passado.
Em janeiro, as fontes renováveis de energia hidráulica, eólica e solar, somadas, foram responsáveis por 91,2% do abastecimento do Sistema Interligado Nacional (SIN). Nos dois meses seguintes, esse patamar se manteve, sendo que em fevereiro chegou a 92,6%. Com base nos dados levantados até quarta-feira da semana passada (29), em março o índice ficou em 92,4%.
A participação de geração das fontes renováveis não superava 90% desde 2011, segundo informação do Ministério de Minas e Energia.