Ex-presidente do BC, Ilan Goldfajn é eleito para o Banco Interamericano de Desenvolvimento

O ex-presidente do Banco Central na administração de Michel Temer, foi eleito ontem, domingo (20), para o comando do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com sede em Washington (EUA). Ilan Goldfajn venceu com folga, obtendo 80% dos votos no primeiro escrutínio e terá mandato de cinco anos.

A posse será em 19 de dezembro. A campanha pelo seu nome passou por altos e baixos. Ele foi indicado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), por gestão do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Durante o processo, uma ala do PT atuou para adiar a eleição, com o argumento de que seria de “bom tom” dar ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a chance de apresentar um candidato próprio,

A articulação envolveu o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, mas foi rejeitada pela direção do banco. Além disso, a desistência da Argentina em apresentar um nome ajudou a consolidar apoio à candidatura de Ilan.

“Pela primeira vez na história, o BID será presidido por um brasileiro”, afirmou o Ministério da Economia, em nota nas redes sociais logo após a divulgação do resultado.

Também via redes sociais, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin afirmou que reforçava “a disposição do Brasil em estreitar os laços com o banco pelo desenvolvimento econômico e social da nossa região”. Alckmin disse que falava também em nome de Lula.

Ilan Goldfajn, nascido em Haifa, Israel, mas desce criança vivendo no Brasil, venceu no primeiro turno ao obter 80% do poder de voto dos países. Para vencer, teria que ter 50% mais um voto e obter o apoio de pelo menos quinze países a região da América Latina e Caribe.

Após a vitória, ele disse ter conversado com várias pessoas do PT e não houve qualquer tipo de objeção. “Foi uma candidatura do Brasil e quero dizer que trabalharei com prazer e harmonia com o governo eleito”.

O banco tem uma carteira de empréstimos em torno de US$ 14 bilhões para o setor público. Há empréstimos da ordem de US$ 4,5 bilhões para o setor privado investir em tecnologia, inovação.

Em entrevista após conhecido o resultado da eleição, Ilan Goldfajn, afirmou que uma das linhas mestras da instituição “é o financiamento à infraestrutura, e será uma de minhas prioridades. Mas junto com o BID também precisamos trazer recursos privados. O dinheiro público é escasso. A demanda nessa área supera a oferta de dinheiro público”.

Disse ser importante dizer que os recursos privados entram mais facilmente “quando o país tem respeito às leis e regras do jogo. Tem democracia. Se o país tiver um bom ambiente de negócios, ajuda o trabalho do BID de atrair recursos privados para financiar a infraestrutura”.

No comando de dois bancos

A vitória de Ilan Goldfajn para a presidência do BID vai reforçar a posição de protagonismo que o Brasil terá nos próximos dois anos em instituições multilaterais. Entre os oito grandes bancos de desenvolvimento multilaterais do mundo, o Brasil vai presidir dois deles ao mesmo tempo: BID e o NBD (Novo Banco de Desenvolvimento), sediado em Xangai, na China.

O NDB é o chamado Banco do BRICS, que reúne os países Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e atualmente é comandado por Carlos Troyjo, diplomata com atuação em organismos multilaterais.

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