Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares seguiram o relator Benedito Gonçalves e votaram ontem pela inelegibilidade por oito anos de Jair Bolsonaro (PL).
O placar é de 3 a 1 contra o ex-presidente, dependendo de apenas mais um voto para a formação de maioria para torná-lo inelegível. Faltam se manifestar outros três integrantes do tribunal: Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes.
A sessão será retomada hoje, a partir das 12h, e Cármen Lúcia deve ser responsável pelo voto decisivo. Ontem, ela saiu em defesa do relator da ação e contestou o ministro Raul Araújo, único voto a favor de Bolsonaro até agora.
Ontem, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se disse ontem vítima de uma injustiça e admitiu que gostaria que um ministro do TSE pedisse vista, ou seja, mais tempo para analisar seu processo.
“Eu gostaria (de um pedido de vista). Não vou negar”, afirmou, ao desembarcar no Rio, pela manhã, com a análise da ação na Corte Eleitoral ainda em andamento. Mais tarde, o ex-presidente indicou que vê como remota a possibilidade de se livrar da condenação.
“Quem sabe o Alexandre Moraes tem um momento de Deus tocar o coração dele”, declarou, em referência ao presidente do TSE. O terceiro dia de julgamento da ação que pode tornar Jair Bolsonaro (PL) inelegível deu projeção ao ministro Raul Araújo nas redes sociais.
Ele foi o único magistrado, até agora, a proferir voto favorável ao ex-presidente. Foi o terceiro integrante da Corte com mais menções no Twitter desde o começo da apreciação do caso pelo colegiado, no dia 22 de junho.
O ministro só foi menos citado do que o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, um dos alvos mais frequentes de ataques do bolsonarismo, e do relator, ministro Benedito Gonçalves, que opinou pela condenação do ex-presidente.
Raul Araújo é oriundo do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi o primeiro a votar na sessão de ontem, a terceira para a apreciação do caso. Até agora é o único a divergir do voto do relator Benedito Gonçalves.