No primeiro trimestre, a Petrobras alcançou lucro líquido de R$ 38,156 bilhões, segundo balanço divulgado ontem, quinta-feira. O resultado ficou acima do que era esperado, mas foi 14,4% menor na comparação com o mesmo período do ano passado.
A empresa informou que irá pagar R$ 1,89 por ação em dividendos aos acionistas como antecipação relativa ao exercício de 2023. O montante corresponde a um volume total de R$ 24,7 bilhões.
Na primeira entrevista concedida ao jornal O Globo, após três meses no comando da empresa, o ex-senador do PT/RN, Jean Paul Prates diz ter encontrado uma empresa traumatizada com os problemas do passado, mas que se prepara para voltar a investir em novas áreas, inclusive na transição energética.
Jean Paul disse que a empresa concluirá em breve sua nova estratégia comercial, com a promessa de oferecer valor menor ao consumidor do que a política de paridade de importação (PPI), que leva em conta o valor do dólar e do petróleo.
Ele antecipa detalhes da nova estratégia comercial da empresa, como a adoção de preços de combustíveis distintos de acordo com cada região do país e tipo de cliente, mas diz que a estatal não vai se desgarrar do mercado internacional.
Jean Paul Prates classificou como erros as vendas de gasodutos, refinarias e da BR Distribuidora antes da volta do PT ao poder. Privatizada no governo Bolsonaro, a BR, que teve seu nome alterado para Vibra, mas mantém um contrato com a estatal para usar a conhecida marca nos postos e combustíveis. O presidente da Petrobras critica o arranjo, mas indica que prefere uma renegociação de contrato à judicialização.
A exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas virou um cabo de guerra entre os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do Meio Ambiente, Marina Silva. A Petrobras defende a exploração de óleo na região, mas um parecer técnico do Ibama recomenda o indeferimento do pedido de licença ambiental feito pela companhia.
A decisão é do Ibama, vinculado à pasta de Marina, que já deu sinais de qual será sua decisão. Mesmo assim, o impasse que opõe duas áreas do governo deverá ser arbitrado pelo presidente Lula. A ministra do Meio Ambiente definiu o projeto como “altamente impactante” e disse isso ao presidente da Petrobras