A balança comercial brasileira encerrou fevereiro com superávit de US$ 4,05 bilhões, o que representa um crescimento de 108,9% ante o mesmo mês do último ano, pela média diária. Esse saldo foi o maior desde fevereiro de 2017 (US$ 4,2 bilhões) e o segundo maior da série histórica iniciada em 1989. Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex/ME) na última quinta-feira (3) apontam que os recordes de exportações, importações e corrente de comércio, tanto no mês quanto no primeiro bimestre de 2022, foram os responsáveis por esse desempenho. As exportações tiveram valor recorde para o mês em fevereiro (US$ 22,91 bilhões), com um crescimento de 32,6% ante fevereiro do ano passado; e as importações registraram também recorde no mês (US$ 18,9 bilhões), um incremento de 22,9%. Desse modo, a corrente de comércio foi igualmente histórica para o mês (US$ 41,78 bilhões), gerando uma alta de 28%. Já no acumulado do primeiro bimestre, a balança obteve um superávit de US$ 3,84 bilhões, com alta de 125,4%. Houve ainda no período recordes de: exportação (US$ 42,55 bilhões), com aumento de 29%; importação (US$ 38,71 bilhões), alta de 23,8%; e corrente de comércio (US$ 81,3 bilhões), com crescimento de 26,5%. De acordo com o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, o superávit alto em fevereiro deve-se à exportação e importação recordes, com crescimento de volume superior ao de preços nas vendas externas. Brandou destacou que a trajetória para a média diária de fevereiro mantém a tendência de janeiro, com grande crescimento, chegando a US$ 1,2 bilhão por dia útil, motivado por um aumento de volume embarcado e de preços. O subsecretário também ressaltou que houve demanda por bens, com crescimento da exportação brasileira de commodities e outros itens relevantes, a exemplo dos automóveis. Ao lado da alta dos preços, o ano começou com embarques mais robustos do volume de soja, sobretudo em razão da safra ter sido plantada e colhida mais cedo em relação à de 2021. Quanto à importação, destaque para o aumento de preços, que cresceu em média 30,9%. Por outro lado, o volume teve queda de 2,5% ante fevereiro do ano passado. Na avaliação de Brandão, desde novembro do ano passado, houve o fenômeno de aumento dos preços dos bens importados devido à demanda mundial elevada e, até hoje, as cadeias de produção estão se recuperando da crise da Covid-19, e os fluxos de comércio vêm se alterando por conta dessa retomada das cadeias de produção. No que diz respeito às exportações, os bens agropecuários tiveram o maior crescimento no mês, com 114,2%. A indústria extrativa contou com um incremento de 3,7% e a indústria de transformação, de 29%. Os bens agropecuários mostraram um volume 61,2% superior ao de fevereiro de 2021 por conta do maior embarque de soja, e com preços mais aquecidos. A indústria extrativa sofreu uma baixa de 24% no volume exportado, porém, o petróleo cresceu 32,6% na quantidade vendida. Houve ainda uma redução das vendas de minério de ferro, mas os embarques do produto devem crescer nos próximos meses. Em fevereiro, as exportações subiram para todos os principais destinos, em especial para o crescimento de 11,5% nas vendas para a China; de 76,3% para os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean); de 30% para a Argentina; de 50% para a União Europeia; e de 34,4% para os Estados Unidos. |
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