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Após três meses e 19 dias no cargo, chefe do GSI pede demissão; é o primeiro ministro a sair

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Após a rede de televisão CNN Brasil divulgar imagens do circuito interno da segurança do Palácio do Planalto durante a invasão em 8 de janeiro, mostrando o general Gonçalves Dias circulando pelos corredores, ele pediu demissão. As imagens divulgadas colocaram em xeque a atuação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo general.

A saída dele do governo ocorreu pouco depois de uma reunião com Lula, que aceitou o pedido. Trata-se da primeira queda de ministro na atual gestão, quatro meses e 19 dias depois do começo do atual mandato. O general e Lula tem uma relação antiga de amizade. Foi o militar que chefiou a segurança do presidente em seus dois primeiros mandatos.

Lula decidiu escalar o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, como ministro interino do GSI. Cappelli já havia exercido a função de interventor na área de segurança pública do Distrito Federal após os atos de 8 de janeiro.

“Será nomeado interinamente o senhor Ricardo Cappelli. O presidente considerou importante que esse espaço fosse ocupado imediatamente. O Cappelli fez um trabalho muito importante na intervenção na segurança pública do DF’, afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.

Além do general, o presidente também decidiu pela exoneração do secretário-executivo do GSI, Ricardo José Nigri. Sob pressão, o Planalto precisou agir rápido, uma vez que a oposição aproveitou as imagens do general Gonçalves Dias ao lado dos invasores para insistir na narrativa de que os ataques foram provocados por “infiltrados”.

A estratégia do governo, agora, é apoiar a CPMI. “O fato de hoje (ontem) fez o governo mudar a posição sobre a CPI”, afirmou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). “Se o presidente (do Senado, Rodrigo Pacheco) ler a CPI e os partidos quiserem, estaremos dentro”. Guimarães disse, ainda, que o governo será o primeiro a indicar integrantes para a comissão.

A CPI deverá ser composta por 15 deputados e 15 senadores e o Executivo negocia a indicação de aliados com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O governo depende do Centrão, comandado por Lira, para ter a maioria das cadeiras. Na avaliação de Lula, a CPMI tem potencial para atrapalhar votações consideradas fundamentais.

O Palácio do Planalto está convencido de que terá de pagar mais uma fatura ao Centrão, com distribuição de cargos e emendas, para segurar a crise.

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