O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou que irá permanecer no PSDB para disputar as eleições. Em seu pronunciamento, realizado nesta segunda-feira, Leite também declarou que renunciará, até sábado (2/4), ao cargo de governador. A data se refere ao limite imposto pela Justiça Eleitoral para concorrer à cargo diferente ao que ocupa.
Em seu discurso, o governador do Rio Grande do Sul, apesar de não dizer com todas as letras que é pré-candidato à Presidência da República, pontuou que o objetivo de sua permanência no PSDB é a “união do centro democrático” e a “união de forças para apresentar uma alternativa aos brasileiros”. Falou também em “futuro do país” e anunciou que vai iniciar uma série de viagens pelo Brasil.
De acordo com Leite, as movimentações dos demais partidos que tentam construir uma terceira via também motivaram a permanência. “Não conte comigo para dispersar forças e candidaturas, porque isso não é sobre um projeto pessoal. Muitos brasileiros estão em busca de uma alternativa”, declarou.
Antes do anúncio à imprensa, Leite ligou para Doria. “Eu respeito as prévias. São legítimas. Mas não é sobre as prévias, sobre o partido, sobre um projeto pessoal, é sobre o Brasil”, argumentou. Mais cedo, Doria chamou o movimento de Leite de “golpe”.
Eduardo Leite confia na possibilidade de que a candidatura de João Doria (PSDB) seja retirada, já que o governador paulista não ultrapassa os 3% das intenções de voto e não consegue diminuir o índice de rejeição.
Leite chegou a cogitar deixar a legenda para ingressar no PSD, mas voltou atrás. Nas pesquisas, Eduardo Leite aparece com baixa rejeição e é pouco conhecido pelo eleitor, o que em tese lhe dá condições de crescer. O político pretende tirar o foco da polarização e priorizar em seus discursos soluções para os problemas do país.
Kassab e o PSD
No evento, Eduardo Leite agradeceu ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, que ofereceu a ele a possibilidade de ser candidato à Presidência pelo partido. A decisão de Leite deixou Kassab “a ver navios”, já que o partido tem intenção de ter candidato à presidência e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, renunciou ao posto de pré-candidato. O próximo cotado no PSD como pré-candidato é o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung.
“Kassab colocou um caminho de forma firme e clara para que eu pudesse me apresentar ao Brasil Eu reconheço esse gesto dele e agradeço por ter confiado no projeto. Mas também agradeço a sensibilidade de compreender que a minha história no meu partido não podia ser renunciada”, pontuou Leite.