A proposta para o leilão do direito de uso das radiofrequências que receberão o 5G, bem como os cálculos referentes aos compromissos de investimentos que serão exigidos como contrapartida das companhias para operar a nova geração de conectividade foi entregues ao TCU, que precisa aprová-la antes da publicação do edital com as regras e a data do leilão, previsto para ocorrer até julho.
“Este é um dia histórico para a gente. Estamos quase na última etapa para que nós possamos fazer o leilão do 5G. Agora, está nas mãos do TCU. Vamos trabalhar juntos, Ministério das Comunicações, Anatel e o TCU, para que a gente possa dar celeridade e receber esses investimentos tão importantes em tecnologia, que vão fazer uma revolução nas indústrias do nosso país”, afirmou o ministro das Comunicações, Fábio Faria.
O ministro e o presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais, participaram da inauguração da primeira linha de produção do 5G em São José dos Campos pela fabricante sueca Ericsson. Com a inauguração desta unidade, o Brasil passa a ser o primeiro país no Hemisfério Sul a produzir equipamentos com a nova tecnologia, atendendo não apenas a demanda local, mas países vizinhos.
Também presente ao evento, o ministro do TCU, Raimundo Carreiro afirmou que o tribunal vai se empenhar “em produzir o seu trabalho no menor tempo possível. Nós vamos fazer esforço para que, antes do prazo estipulado pela resolução, esse trabalho seja levado ao plenário e o Tribunal dê o seu veredito para que a Anatel possa fazer o leilão”.
Anatel prevê surpresa
Enquanto a proposta do edital da rede 5G encontra-se em análise pelo TCU, técnicos da Anatel seguem acompanhado sinais no comportamento do mercado. A agência acredita na possibilidade de que algum grupo não siga a estratégia das tradicionais operadoras de telecomunicações, com oferta de serviços aos usuários finais.
O diretor da agência Carlos Baigorri, que foi o relator do processo aprovado pela diretoria colegiada e enviado ao TCU, considera que o mercado encontra-se maduro e pode receber um operador de rede capaz de alcançar bons resultados ao “alugar” o sinal de 4G e 5G para que outras empresas ofereçam os serviços.
Baigorri disse que a estratégia é estudada por investidores de fora do setor, que observaram as mudanças recentes, marcadas pelo crescimento dos provedores regionais e também pela chegada de fundos de investimento.
O diretor ainda destacou como novidades na área a venda de ativos de torres de celular, além do amadurecimento de modelos de rede “neutra” e “virtual”.
Para ele, o leilão de 5G deixa abre a possibilidade para a chegada de novo concorrente nacional disposto a estruturar um plano de negócio “arrojado e não convencional”, sem oferecer serviços no varejo. “A gente quer viabilizar a entrada de um novo player, mas, se ele não aparecer, a gente não vai ficar com a faixa ociosa. Ela só tem valor se estiver sendo usada”, disse.