Ao tomar posse na presidência do BNDES, na terça-feira da semana passada, Gustavo Montezano anunciou que o banco vai elaborar planos de concessão e privatização para a União, estados e municípios. Tudo via contrato.Listou três objetivos de sua gestão: explicar a chamada “caixa-preta”, acelerar a venda da carteira de ações do banco, com expectativa de arrecadar perto de R$ 110 bilhões, e devolver R$ 126 bilhões este ano ao Tesouro. Disse que trabalhará para que o BNDES encerre 2019 como um banco de serviços. “A sustentabilidade financeira, e não o lucro, será o principal norte.” Montezano garantiu que, mesmo com as mudanças de rumo, a instituição manterá forte atuação na infraestrutura. Após a posse, ele se reuniu com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para discutir, entre outros assuntos, as prioridades do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Lembrou que os bancos públicos já chegaram a menos de 50% do total do crédito no Brasil, mas explicou que, em áreas como infraestrutura e saneamento, a participação do BNDES é importante. Os desembolsos deverão ficar na casa dos R$ 70 bilhões por ano, embora a cifra, que deve fazer parte do plano tri anual, ainda esteja sendo definida. Montezano afirmou que, com a reorganização, possivelmente o lucro no futuro será menor do que os registrados no passado. “Mas é preciso olhar o benefício para a sociedade como um todo”, ponderou.“Nas privatizações, entendo não ser necessário empréstimo de banco público. Esse mercado é suprido por bancos privados.” Nas concessões, que exigem investimentos de longo prazo, o BNDES poderá atuar quando o setor privado não puder suprir o financiamento. “Acredito que o banco tem recursos suficientes para fazer isso, mesmo sem os empréstimos do Tesouro”, disse. |
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