O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, intensificou os contatos com ministros do STF na tentativa de liberar o licenciamento ambiental da ferrovia que vai ligar a cidade de Sinop, no Mato Grosso, ao porto fluvial de Miritituba, no rio Tapajós, no sul do Pará.
Identificada como Ferrogrão, a ferrovia terá papel estratégico no escoamento da produção agrícola da região central do Mato Grosso até alguns dos portos do chamado Arco Norte. O projeto da ferrovia corre em paralelo à BR-163, em alguns trechos ao lado da rodovia.
No mês passado, o ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido de liminar apresentado pelo PSOL e suspendeu o projeto, sob o argumento de que o traçado previsto para a ferrovia cortaria área de uma floresta protegida.
Trata-se do Parque Nacional do Jamanxim, no sul do Pará. E que o traçado ferrovia também passaria por cima de terras indígenas. O ministro pretendia levar o assunto ao plenário virtual na sexta-feira (26), mas ele mesmo o retirou da pauta. A avaliação no governo é de que, após os argumentos apresentados por Tarcísio de Freitas, o ministro do STF pode rever sua decisão.
Ao utilizar a faixa de domínio da BR 163, os impactos da Ferrogrão serão mínimos para o meio ambiente. Em artigo publicado no jornal Valor, na edição do dia 19 do mês passado “Ferrogrão: oportunidades novas, resistências antigas”, a secretária especial do PPI, Martha Seillier, destaca essa opção do projeto para evitar impacto ambiental.